Votação do PLC que reduz salário de servidores de Joinville será dia de paralisação
Os servidores de Joinville definiram, em assembleia, por paralisar os serviços durante todo o dia em que os vereadores colocarem o PLC 03/2020 em votação, a princípio marcado para a próxima segunda, dia 14
Publicado: 10 Setembro, 2020 - 09h36
Escrito por: Assessoria Sinsej
Reunidos virtualmente na noite de terça-feira (8), as servidoras e os servidores de Joinville definiram, em assembleia, por paralisar os serviços durante todo o dia em que os vereadores colocarem o PLC 03/2020 em votação, a princípio marcado para a próxima segunda-feira (14) às 15h. A categoria também decretou Estado de Greve em busca da retomada das negociações da Campanha Salarial, contra o PLC 03/2020 e contra o retorno das aulas presenciais.
Com uma extensa pauta de luta e resistência, os participantes reforçaram a decisão de ampliar a mobilização contra a aprovação do Projeto de Lei Complementar do prefeito Udo Döhler (MDB) que propõe o aumento da alíquota do Ipreville dos atuais 11% para 14%, reduzindo o salário de toda a categoria em 3%. Para isso foi deliberado que no dia em que vereadores retomarem a votação, ainda sem data, mas com o indicativo de ser na próxima segunda (14) às 15h, a categoria irá paralisar os serviços o dia todo e promover um ato com assembleia em frente à Câmara. O objetivo é pressionar os vereadores a votarem contra a redução. “Vamos deixar claro que servidor não vota em traidor e que não vamos aceitar que em meio a esta pandemia, onde toda a categoria está se superando para atender as demandas impostas por esta nova realidade, o prefeito e sua base governista retribuam diminuindo salários”, declarou a presidenta do Sinsej Jane Becker.
A categoria também deliberou por decretar estado de greve a partir de hoje e por tempo indeterminado, não apenas como forma de luta contra a redução de salário, mas também para pressionar o governo a retomar as negociações da Campanha Salarial e atender o roll de reivindicação apresentado já em dezembro de 2019 pelos representantes da categoria. Depois de diversas tentativas da direção do Sinsej em dialogar com o governo e das inúmeras respostas negativas, o governo aceitou retomar as negociações na tarde desta quinta-feira (10).
Com o Estado de Greve, além da luta contra a redução de salário e em defesa do roll de reivindicação da Campanha Salarial, as servidoras e os servidores estão mobilizados contra o retorno das aulas presenciais previstas para o dia 13 de outubro, conforme anunciado pela Secretaria de Educação. A falta de segurança sanitária, de estrutura e de condições para que os protocolos de prevenção e distanciamento sociais sejam respeitados, tornam inviável a retomada das aulas presenciais. A decisão do prefeito e de sua equipe, se mantida, irá gerar graves riscos à saúde pública. Se com as escolas fechadas Joinville mantém o maior número de mortes e casos em Santa Catarina, mantendo-se no nível “gravíssimo” na matriz de risco divulgada pelo Governo do Estado nesta terça-feira (8), as consequências de uma retomada das aulas poderão ser catastróficas.
O relato da professora de Língua Portuguesa do Ensino fundamental II Hanelore Bandel Leal, que atua na educação pública de Joinville desde 2008 e integra o Conselho de Representantes por Local de Trabalho, deixa clara a inviabilidade da proposta de retorno em meio à pandemia: “Imaginem trinta e poucas pessoas, na mesma sala fechada, com janelas basculantes, onde as crianças, numa nova realidade, não poderiam se tocar ou interagir, deveriam manter distanciamento adequado, com o uso de máscaras e consciência de higienização constante, exigindo de cada uma delas, uma maturidade que não caracteriza sua idade cronológica”. Portanto, está claro que não há a mínima possibilidade de um retorno seguro às aulas nesse momento.
A assembleia de ontem deixou claro que a categoria não aceitará mais nenhuma retirada de direito e está disposta a lutar. “Vamos nos manter mobilizados e alertas, pressionando os vereadores e o governo contra a absurda e injusta redução de salário, contra a catastrófica decisão de retornar as aulas em meio a uma pandemia que a gestão não está dando conta de combater, como mostra a matriz de risco do Governo do Estado, e exigindo que o prefeito atenda nossa pauta de reivindicação da Campanha Salarial. O momento é de luta por direito, valorização e respeito”, declarou a presidenta Jane Becker.