Servidores municipais de Joinville decidem pelo estado de greve até o dia 12
Caso o prefeito Udo Döhler não inicie as negociações da Campanha Salarial 2020 até dia 12, será realizada PARALISAÇÃO nos serviços públicos no dia 13, com ASSEMBLEIA GERAL
Publicado: 10 Fevereiro, 2020 - 14h42
Escrito por: SINSEJ

Em assembleia realizada nessa quinta-feira, dia 6, na sede do Sinsej, a categoria decidiu pelo ESTADO DE GREVE a partir desta sexta-feira, dia 7. Caso o prefeito Udo Döhler não inicie as negociacões da Campanha Salarial 2020 até dia 12, será realizada PARALISAÇÃO nos serviços públicos no dia 13, com ASSEMBLEIA GERAL a partir das 9 horas em frente à Prefeitura.
O objetivo de toda mobilização também é barrar os ataques ao Ipreville, à aposentadoria e o projeto de lei complementar número 51/2019, que extingue cargos de supervisor II nas escolas e cria 30 cargos em comissão na Secretaria de Educação.
Até lá, é preciso que cada servidor converse com seus colegas nos locais de trabalho, com família, amigos e população para ampliar a organização, a força e a solidariedade ao movimento.
Mobilização na Câmara dia 10
A assembleia também decidiu por fazer uma grande mobilização na Câmara de Vereadores a partir das 17 horas de segunda-feira, dia 10 com objetivo de defender a educação pública de qualidade e barrar a aprovação do PLC 51/2019 e Emenda Modificativa, que tramita anexa ao projeto.
No final do ano passado, a mobilização do Sindicato juntamente com trabalhadoras na educação conseguiu impedir a aprovação das propostas do prefeito, mas com a troca de presidência nas comissões permanentes na Câmara, o projeto e Emenda foram aprovados de maneira recorde e sem discussão alguma na Comissão de Finanças, já no primeiro dia de trabalho dos vereadores, dia 5. Nesse dia 10, o projeto pode ir à votação no Plenário do Legislativo municipal.
Solidariedade e mobilização conjunta
A assembleia contou com a presença de dirigentes dos sindicatos de servidores municipais de São José (Sintram) e Florianópolis (Sintrasem); dos trabalhadores em educação do Estado (Sinte/SC); dos petroleiros (Sindipetro-PR) e da Federação de Trabalhadores no Serviço Público Municipal de Santa Catarina (Fetram/SC).
Lizeu Mazzioni, presidente da Fetram, alertou que a proposta de reforma administrativa do presidente Bolsonaro vai piorar a realidade dos servidores e dos serviços prestados à população, pois ela pode congelar até os gastos nominais, acabando até com o reajuste mínimo da inflação anual determinado pela Emenda Constitucional 95/2016, além de reduzir jornada e salário dos servidores.
A necessidade de organização conjunta em defesa das políticas públicas e empresas estatais como a Petrobras, a Dataprev, são imprescindíveis nessa conjuntura atual. Jean Carlo, dirigente do Sindipetro-PR, pediu solidariedade de todos à greve nacional da categoria que dura sete dias e já parou todas as refinarias e mais de 23 plataformas da Petrobras.
Previdência
O prefeito Udo Döhler quer enviar pra Câmara Municipal projeto de lei complementar que transforma o Ipreville em banco de investimentos, deixando o pagamento da aposentadoria refém do mercado financeiro, e aumenta a alíquota de contribuição dos servidores para 14%, além de determinar outras mudanças estruturais e obrigações no Instituto. Tudo isso por conta da má gestão que resultou num déficit atuarial de mais de 700 milhões, que põe em risco a continuidade do pagamento dos benefícios nos próximos anos. E agora, Udo quer responsabilizar os servidores, que contribuem corretamente, todos os meses, a pagar pela dívida que é da prefeitura.
Não vamos pagar a conta do calote!
A luta é de todos!
Foi com luta que os servidores municipais de Florianópolis conseguiram barrar o aumento da alíquota, proposto pelo prefeito Gean Loureiro, logo no início do mandato, lembrou Juçara Silva, diretora do Sintrasem.
Após a primeira etapa da reforma da previdência de Bolsonaro, o aumento da alíquota também está na agenda de diversos governadores e prefeitos. Está sendo assim em São José e foi em Jaraguá do Sul.
No estado, os servidores estaduais perderam essa batalha e desde 2018 pagam a alíquota de 14%. E, caso a reforma da previdência proposta pelo governador Carlos Moisés, que está tramitando em regime de urgência na Alesc seja aprovada, esse valor da alíquota passa a ser automática nos municípios, como também passam a valer as regras de aumento de idade, maior tempo de contribuição e menor valor recebido nas pensões.
Osvaldo de França, diretor do Sinte/SC, chamou a unidade de todos os presentes para o combate aos projetos da nova previdência do governador Moisés e avisou que 18 de fevereiro o magistério estadual de SC pode decretar greve.
É preciso concurso público
A necessidade de concurso público deve ser o cerne dessa Campanha Salarial do SINSEJ. A falta de concurso acarreta mais doenças por excesso de trabalho, assédio moral, prejudica a qualidade dos serviços e ainda aumenta o déficit atuarial do Ipreville. Em pesquisa recente, o Sinsej verificou que somente de 14 a 29 de janeiro, a prefeitura de Joinville contratou 250 trabalhadores sem concurso. Isso significa menos 250 contribuintes ao Ipreville, denunciou Flávia Veiga, dirigente do Sindicato. E em visita ao pronto socorro Hospital Municipal São José, verificou-se que atualmente uma técnica de enfermagem atende a 30 pacientes, número bem acima dos seis determinados como limite pelo Coren.
Todos juntos!
O Sinsej chama toda a categoria que quer direitos, valorização e respeito a se organizar na luta pela conquista de nossas reivindicações .