Seminário da Escola Sul discute a vulnerabilidade do povo negro na pandemia
O seminário reuniu aproximadamente 60 dirigentes sindicais dos mais diversos ramos econômicos que compõem a CUT, distribuídos nos três estados do sul.
Publicado: 14 Maio, 2020 - 16h37
Escrito por: Escola Sul
Nessa quarta-feira, 13 de maio, a Escola Sul realizou, em parceria com as secretarias de formação e de combate ao racismo de Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Paraná, seu terceiro seminário formativo virtual. Desta vez a atividade teve o tema “A Pandemia e o Povo Negro: vulnerabilidade e resistência”. Desde o início da quarentena, em março, a Escola Sul tem se empenhado na organização de atividades de formação política via internet.
O dia 13 de maio é simbólico para a luta contra a discriminação racial no país, data em que ocorreu a assinatura da Lei Áurea, e para participar do seminário foram convidadas Macaé Evaristo, ex-secretária de Educação de Minas Gerias, e Anatalina Lourenço, Secretária de Combate ao Racismo da CUT Nacional.
Anatalina em sua fala lembrou que “67% dos usuários do SUS são negros e recentemente a PEC do Fim do Mundo, que congelou os investimentos na saúde e educação, é claro que os mais impactados são negros e negras da periferia”. A palestrante ainda destacou que a falta de investimento atinge em cheio a população negra e que neste cenário muita gente morre sem sequer passar pelo atendimento médico em função do sucateamento do serviço. A pandemia de COVID-19 revela a desigualdade social e como o povo negro é impactado.
As dificuldades encaradas pelos(as) negros(as) perpassam diversas questões. Para Macaé o debate educacional é central, segundo ela “hoje 40 milhões de pessoas estão sem acesso à educação, a maioria negros e negras. Excluir parcelas da população das políticas públicas e de direitos foram mecanismos criados ao longo da história brasileira para criar exclusão social e desigualdade racial.” Cabe destaque que agrava ainda mais as desigualdades o acelerado processo de implantação do ensino à distância, que penaliza quem não possui internet e computador em casa, parcela da sociedade que em grande maioria é negra.
O seminário reuniu aproximadamente 60 dirigentes sindicais dos mais diversos ramos econômicos que compõem a CUT, distribuídos nos 3 estados do sul. O debate e a troca de experiências de vida entre os participantes e as palestrantes suscitaram novos temas a serem abordados no futuro.