SEC de Caçador faz balanço positivo das conquistas dos trabalhadores no comércio
Presidente do SEC/Caçador avalia os ganhos da classe trabalhadora nos últimos anos
Publicado: 31 Janeiro, 2014 - 21h45
Escrito por: Assessoria de Imprensa - SEC/Caçador

Janeiro não é mês agradável quando o assunto é orçamento doméstico. Mas, um fator ajudou muito, pelo menos, para manter o jogo equilibrado: mesmo que o salário do brasileiro esteja longe de ser exuberante, os reajustes obtidos nos últimos anos e o aumento da renda foram determinantes para sustentar a economia.
Segundo o presidente do Sindicato dos Empregados no Comércio de Caçador - SEC/Caçador, Vilmar Zollner, as campanhas salariais, organizadas pelos sindicatos de cada categoria em parceria com os associados, foram determinantes para a conquista destes reajustes.
Protesto realizado no dia 30 de outubro, cobrando um melhor reajsute de salProtestos contribuíram para a conquista dos reajustes salariais - O acordo de uma das categorias profissionais mais numerosas de Caçador, a dos comerciários, no segundo semestre de 2013, conquistaram um reajuste de 8,5% nos salários e um percentual ainda maior no piso, que ficou estabelecido em R$ 910,00. Ainda para os trabalhadores em farmácias a conquista foi maior, o índice de reajuste foi de 9,5% e o piso em R$ 918,00. “Assim conquistamos ganhos reais acima da média estadual, ou seja, entre 3 e 4%”, salienta o sindicalista.
Já as categorias da indústria de calçados, indústria de papel e celulose, indústria metal e mecânica, conquistaram reajustes que giram em torno de 2,5 à 3,5%, acima da inflação do período.
Segundo Zollner essas conquistas são um grande avança na luta diária dos trabalhadores, uma vez que no final de 1970 e meados da década seguinte, ele lembra que trabalhadores, no geral, tinham muitas dificuldades para negociar seus acordos coletivos: “Sofríamos as restrições de um regime ditatorial que dificultava as reivindicações e, ao mesmo tempo, o ambiente era de crise e arrocho. Tudo era muito difícil”.
Em seguida, Vilmar recorda, veio uma temporada de pacotes e planos econômicos, a pretexto de tentar conter a inflação. “Plano Cruzado, Bresser, Verão, Collor... cada vez que os governos baixavam um pacote mirabolante os salários sofriam perdas enormes. A corda sempre arrebentava para nosso lado”, conta Vilmar.
“Depois veio o Plano Real, em 1994, que segurou a inflação, e nós que pagamos pela tal estabilização da moeda. Na época os trabalhadores chegaram a ficar aproximadamente oito anos sem reajuste. Muitos recebiam PLR (Participação nos Lucros ou Resultados), que surgiu logo depois, para compensar parte do sufoco provocado pelo salário congelado.”
Vilmar conta que a partir de 2003 os acordos começaram a assumir um conceito mais próximo do que considera adequado. “Passamos a conviver com pelo menos três aspectos que devem sempre compor o valor do nosso trabalho: a reposição da inflação, o aumento por produtividade e a remuneração baseada nos resultado e na lucratividade, a dita PLR”.
“Nós não empreendemos, não somos empresários, a gente vende a força do trabalho. Então, cada ponto percentual que a gente consegue numa campanha salarial, cada real é um recurso a mais garantido a quem trabalha, que é quem mantêm a economia de pé. Isto está provado! Tanto o reajuste como o PLR poderiam ser maiores e mais justos, mas pelo menos já estamos numa lógica mais correta”, conclui Vilmar dizendo ainda: “não vamos aceitar de braços cruzados a falta de reconhecimento e valorização por parte dos patrões. Se não estivermos satisfeitos vamos lutar por nossos direitos sempre”.
Vilmar Zollner avalia os ganhos da classe trabalhadora nos Renda do trabalho vem aumentando nos últimos anos - Quem faz essa afirmação são os dados da pesquisa mensal da Fundação Seade e do Dieese em seis regiões metropolitanas e no Distrito Federal, por exemplo, a massa de rendimentos está próxima dos R$ 33 bilhões. Apenas três anos atrás, somava 27 bilhões. Um acréscimo de R$ 6 bilhões, considerando o maior número de pessoas no mercado e o crescimento do salário.
Um período mais abrangente reforça esse quadro. Segundo o IBGE, em outubro de 2002 a massa de rendimentos habitual dos ocupados em seis regiões metropolitanas atingia aproximadamente R$ 16 bilhões. Em outubro do ano passado chegou a R$ 45 bilhões.
Mesmo os resultados recentes do Produto Interno Bruto (PIB), embora pouco animadores, mostram que o consumo das famílias continua sendo força determinante para a sustentação da economia. No terceiro trimestre de 2013, esse item teve crescimento de 2,3% sobre igual período do ano anterior – foi a 40ª variação positiva seguida. “Um dos fatores que contribuíram para este resultado foi o comportamento da massa salarial real, que teve elevação de 2,1% no terceiro trimestre de 2013”, informa o IBGE. Mesmo na comparação com o segundo bimestre, na qual o PIB recuou 0,5%, o consumo das famílias subiu 1%. O PIB no terceiro trimestre somou R$ 1,2 trilhão e o consumo das famílias, R$ 765 bilhões. (Fonte: Revista do Brasil – janeiro de 2014.)