Santa Catarina diz basta para os retrocessos de Temer
Atos e panfletagens estão acontecendo em todas as regiões do Estado durante esta sexta-feira para protestar contra os desmandos do Governo Temer
Publicado: 10 Agosto, 2018 - 11h55 | Última modificação: 13 Agosto, 2018 - 11h51
Escrito por: Pricila Baade
Trabalhadores e trabalhadoras em todo o país estavam mobilizados nesta sexta-feira, 10 de agosto, para o Dia do Basta – um dia nacional de mobilização e paralisações - para protestar contra os desmandos do Governo Temer. Em Santa Catarina, em todas as regionais do Estado aconteceram atividades para dialogar com a população sobre o aumento do desemprego, a destruição do serviço público, as privatizações, os preços abusivos dos combustíveis e gás de cozinha e a retirada de direitos.
Desde bem cedo, representantes do movimento sindical em diversos municípios catarinenses estiveram nos locais de trabalho e espaços públicos para entregar materiais do Dia do Basta e conversar com população sobre a importância dos trabalhadores se mobilizarem contra os retrocessos do governo golpista de Temer.
Aconteceram atos e panfletagens em Criciúma, Joinville, São Bento do Sul, Jaraguá do Sul, Guaramirim, Nova Erechim, Blumenau, Apiúna, Lages, Curitibanos, Xanxerê, Coronel Freitas, Concórdia, Chapecó e Florianópolis.
NORTE
Antes das 7 horas da manhã o pessoal que resiste e luta já estava nas ruas do centro de Jaraguá do Sul para entregar panfletos explicando a necessidade de reagir às maldades cometidas contra o povo brasileiro pelo governo de Michel Temer. O movimento sindical de Jaraguá do Sul e Região se uniu à mobilização nacional e também deu basta. O panfleto do Dia do Basta foi entregue desde quinta-feira (9), nas portas de fábrica, e nesta sexta-feira (10) o material foi distribuído em vários pontos estratégicos de Jaraguá do Sul, nas escolas da rede pública estadual de ensino, e também em Guaramirim, com intensa mobilização de dirigentes sindicais e outros trabalhadores.
Em São Bento do Sul a panfletagem também iniciou cedo nas portas de fábrica e prosseguiu até o fim da tarde, atingindo mais de 2 mil trabalhadores e trabalhadoras. Em Joinville um ato aconteceu na Praça da Bandeira para dizer basta para todos os retrocessos.
MEIO-OESTE
Em Caçador, as panfletagens para o Dia do Basta estão acontecendo desde o dia 2 de agosto. Dialogando com a pauta contra as privatizações, um ato público aconteceu nessa segunda-feira (6) em protesto ao Projeto de Lei nº 039/2018, que autoriza que associações civis e fundações privadas a se responsabilizarem pelos serviços públicos de educação, saúde, assistência social e várias outras áreas. A pressão da população fez o prefeito e os vereadores recuarem e arquivarem o projeto.
Durante esta sexta-feira (10) para chamar a atenção da população de Caçador sobre os desmontes de Temer foram distribuídos mais informativos com as pautas do Dia do Basta. A programação do dia encerrou com um debate na rádio Caçador sobre o Dia do Basta.
SUL
Em Criciúma, dirigentes do movimento sindical foram cedo conversar com os trabalhadores e trabalhadoras sobre as pautas do Dia do Basta, principalmente sobre o aumento do desemprego. Desde as 7h os militantes estão no Terminal Central da cidade panfletando e explicando os retrocessos cometidos por Temer que deixaram o país na atual situação.
OESTE
Em Chapecó, um ato aconteceu de manhã na Praça Central para chamar a atenção da população sobre o desmonte do Governo Temer. Além da distribuição de informativos do Dia do Basta em sinaleiras e na praça, dirigentes do movimento sindical também usaram o microfone para falar sobre a atual situação do país para quem passava pelo local.
Em Joaçaba, Pinhalzinho, São Miguel do Oeste, Saudades, Nova Erechim, Coronel Freitas, Xanxerê e Modelo também aconteceram panfletagens em empresas, no comércio e em locais públicos.
VALE
Dirigentes do movimento sindical da regional Vale se concentraram na BR-470, em Apiúna, para uma panfletagem do Dia do Basta. Durante toda a manhã, dirigentes entregaram materiais e conversaram com os pedestres e motoristas que passavam pelo local alertando para o desmonte do Governo Temer.
Em Blumenau, os materiais foram entregues para os trabalhadores e trabalhadores da Cremer, e em Indaial a panfletagem aconteceu na porta da fábrica Altenburg. Além disso, bancários paralisaram agências em Blumenau.
Florianópolis
A mobilização para o Dia do Basta na capital catarinense iniciou cedo com concentração na Praça XV para o fechamento das agências bancárias – que ficaram paralisadas das 8h30 às 12h. Além disso, aconteceram panfletagens no comércio e no centro para chamar a população para o ato do Dia do Basta, que acontecerá a partir das 15h.
No ato, representantes dos movimentos sindical, social e estudantil se uniram para dizer basta ao desemprego, às privatizações, à retirada de direitos,a os ataques à democracia e à destruição do serviço público. A concentração da mobilização aconteceu em frente à Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc), como forma simbólica de chamar a atenção para o desmonte do governo Temer na Educação. Os militantes começaram a se aglomerar com faixas, bandeiras e cartazes e logo ocuparam a frente da universidade e chamaram a atenção da população. Lideranças das centrais sindicais e movimentos estudantis dialogaram com os alunos e os trabalhadores que estavam no local sobre o desmonte que vivemos no país causado pelas medidas desse governo golpista.
Às 16h30 os estudantes, trabalhadores e militantes saíram em passeata até a sede da Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (FIESC), berço dos apoiadores do golpe e dos desmandos de Temer e onde estava acontecendo a cerimônia de posse da nova diretoria. Durante toda a caminhada de mais de um quilômetro os manifestantes gritavam palavras de ordem do Dia do Basta como "Basta de exploração, o povo está na rua contra a privatização" e "O povo não esquece, quem tira os meus direitos está dentro da Fiesc".
Quando a passeata chegou em frente à Fiesc, os grandes empresários engravatados e os seguranças arregalaram os olhos e ficaram observando de longe a movimentação do ato. Enquanto a burguesia apreciava seu coquetel com quitutes caros e champagne, os militantes lembravam que quem estava lá dentro patrocinou o golpe que tirou Dilma da presidência e colocou Temer no lugar para destruir os direitos da classe trabalhadora.
A presidenta da CUT-SC, Anna Julia Rodrigues, falou em frente à Fiesc e afrontou os empresários da Fiesc "Nós viemos aqui com representação de todos os trabalhadores e estudantes para dizer que não vamos aceitar nenhuma reforma que retire direitos dos trabalhadores. Estamos aqui para falar que vocês não representam o povo catarinense, quem representa nosso Estado e faz ele crescer são os trabalhadores".
O ato encerrou com uma encenação para mostrar a destruição dos direitos trabalhistas que foi apoiada pela Fiesc. Dentro de um caixão, os militantes jogaram imagens de várias carteiras de trabalho e as queimaram.