Escrito por: CUT-SC

No 13º CECUT, trabalhadores de Santa Catarina debatem futuro da CUT-SC

400 trabalhadores e trabalhadoras vieram de todo o Estado para eleger a nova direção e debater estratégias para o futuro da central

Aproximadamente 400 trabalhadores e trabalhadoras de todas as regiões de Santa Catarina chegaram na manhã desta sexta-feira, 29 de novembro, para discutir o futuro das lutas defesa da classe trabalhadora no 13º Congresso Estadual da CUT-SC (CECUT).

Com o tema central “Lula Livre: sindicatos fortes, direitos, soberania e democracia”, o congresso terá dois dias de debates, no Hotel Canto da Ilha, em Florianópolis, para definir as ações estratégicas da central e eleger a nova direção da CUT-SC, a maior central dos trabalhadores de Santa Catarina.

A mística de abertura relembrou a Vigília Lula Livre, em Curitiba, marco principal da resistência da luta pela liberdade do ex-presidente. Com música, poesia e os elementos mais marcantes da vigília – a mística representou os 580 dias seguidos dando bom dia, boa tarde e boa noite com a participação de militantes aguerridos que não arredaram o pé até o ex-presidente sair da prisão, no dia 8 de novembro.

A mesa de abertura contou com a representação de todos os ramos que compõem a CUT-SC, de representantes dos movimentos sociais, de centrais sindicais e partidos que estão junto com a CUT na defesa dos direitos da classe trabalhadora.

O representante do Movimento Atingidos por Barragem (MAB), Rodrigo Timm, falou sobre a importância de se unir num momento de ataques como esse “Estamos juntos na luta para barrar os ataques desse governo”. O companheiro Vilson Santin, do Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST), também falou que é preciso articular os movimentos da cidade e do campo para barramos os retrocessos e a retirada de direitos.

Sidnei de Souza, o Nanico, da CTB, representou as centrais sindicais e também chamou o povo para a unidade “Vivemos tempos difíceis desde o golpe. Não tem outra saída senão resistir com luta, unidade e ir para a rua. Por isso precisamos construir a unidade do movimento sindical e popular”.

Artur, representante do Partido da Causa Operária (PCO), reforçou que agora a luta precisa ser pela anulação de todos os processos que Lula está sendo acusado “A necessidade a partir de agora é manter uma campanha muito forte de mobilização. Pra isso organizar o povo para a luta”.

O presidente estadual do Partido dos Trabalhadores (PT), Décio Lima, falou sobre a importância de ser otimistas “Nesse congresso temos que fazer uma pauta movida pelo otimismo, temos a responsabilidade de construir novamente a esperança para os trabalhadores”

Para o deputado federal Pedro Uczai ninguém vai construir sozinho a solução para esse momento da conjuntura “Vamos ter que construir juntos esse processo de luta e resistência e com certeza esse congresso irá convergir para a unidade na luta”

A Secretária de Formação da CUT Nacional, Rosane Bertotti, falou em nome da central “Precisamos ganhar mentes e corações. A formação, organização e a comunicação são estratégicos para nossa luta. Só assim vamos construir grandes greves e mobilizações”

A última a falar na mesa foi a presidenta da CUT-SC e coordenadora do 13º CECUT, Anna Julia Rodrigues, “Nosso tema central nesse congresso é Lula Livre porque essa luta precisa continuar até que Lula seja verdadeiramente inocente, porque a inocência de Lula é a nossa inocência”.

A presidenta declarou o congresso oficialmente aberto usando a frase que Lula disse antes de ser preso carregado pelos braços do povo “Eles estão lidando com um ser humano diferente. Porque eu não sou eu, eu sou a encarnação de um pedacinho de célula de cada um de vocês”.

 A economia que acentua a desigualade

Após a mesa de abertura, a programação do congresso trouxe uma mesa de conjuntura. O professor e economista Ladislau Dowbor falou para os delegados e delegadas CUTistas de Santa Catarina sobre como a estrutura da economia aprofunda a desigualdade “No Brasil se confunde aplicação financeira com investimento. Antigamente nós brigávamos com os empresários porque eles exploravam os trabalhadores, mas pelo menos eles geravam algum emprego. Hoje se contam nos dedos os bilionários que produzem alguma coisa”.

Dowbor ressaltou que para melhorar o bem-estar do povo e diminuir a desigualdade é preciso melhorar o poder de comprar e investir em políticas públicas “O bem-estar da família é composta 60% de dinheiro no bolso e 40% de bens coletivos, como saúde, educação e segurança pública”.

Em seguida, o Secretário-Adjunto de Relações Internacionais, Quintino Severo, fez uma provocação sobre o papel da CUT durante este momento de ataques “Nosso grande desafio é recolocar o povo na rua e estou convencido que vamos ter que dar um passo à frente, a exemplo do que acontece em outros países da América Latina”.

A programação do Congresso prossegue nesta tarde com debates temáticos em torno de temas importantes para o futuro da central e da classe trabalhadora: políticas sociais, trabalho de base e organização sindical.