Escrito por: Daisy Schio
Diferentes grupos políticos e pessoas sem ligação a entidades, essas são as características do povo que se une contra o golpe
Mais de 3 mil pessoas ocuparam novamente o Centro de Florianópolis, nesta sexta-feira dia 15 de abril, em defesa da democracia e contra o golpe orquestrado pelos monopólios de comunicação e pela direita, que desde as últimas eleições presidenciais vem tentando invalidar o voto de mais de 54 milhões de brasileiros e brasileiras.
O grande ato organizado pela Frente Brasil Popular em conjunto com a Frente Povo Sem Medo unificou partidos políticos de esquerda, movimentos sociais e sindicais, além da população que é contra esse retrocesso histórico, em frente ao Ticen, local de grande movimento da capital catarinense. No mês passado, outras duas grandes mobilizações contra o golpe aconteceram no mesmo local.
Para o presidente do Partido dos Trabalhadores de Santa Catarina - PT-SC, Claudio Vignatti, a opinião pública começou a ser revertida contra o golpe com a chegada dos juristas e artistas nas ruas. "Nós temos conteúdo para o debate e esse é o principal fator para reverter a opinião da sociedade. Se eles (golpistas) se uniram para o golpe para voltar a privatização, para acabar com as investigações da Lava-Jato e ficarem impunes, eles estão enganados, porque não vai ter golpe e o Brasil vai continuar prosperando. Essa luta que nós começamos, nós não podemos parar, é um movimento de continuidade, porque eles não vão deixar a gente em paz", disse Vignatti.
A mobilização reuniu diversas entidades e movimentos como a Central Única dos Trabalhadores - CUT, o Movimento Sem Terra - MST, movimento estudantil, juristas pela democracia e a Intersindical. De acordo com a presidenta da CUT de Santa Catarina, Anna Julia Rodrigues, política não se faz com aposta como alguns deputados que fizeram um "bolão" do impeachment na Casa. "A política não se faz com golpe, nós vamos mostrar para eles porque nós estamos nas ruas hoje, amanhã, depois, quantas vezes for necessário, em defesa do povo brasileiro. Nós não vamos permitir o golpe, vamos dizer não. O trabalho da militância agora é bombar as redes sociais, disputando o voto dos indecisos, e movimentar as redes sociais dos traidores de Santa Catarina, dos deputados golpistas daqui", afirmou Anna Julia.
O povo nas ruas - A professora Jussara, que trabalha na rede municipal de Florianópolis, também esteve na mobilização. "Esse golpe significa um retrocesso histórico contra as conquistas sociais que adquirimos nos últimos 13 anos", concluiu.
O servidor público Rafael Pereira foi ao ato mostrar sua indignação com esse retrocesso histórico. "Eu estou aqui neste dia histórico de luta contra o golpe que está em curso no Brasil, que é um golpe institucional contra um governo democraticamente eleito e hoje é um dia de luta e organização da população para mostrar sua força aos golpistas", relatou.