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Impeachment de Moisés: CUT-SC defende eleições diretas para o governo do Estado

Em nota, direção da CUT-SC esclarece interesses por trás do processo de afastamento do governador e defende que sejam feitas eleições diretas

Publicado: 29 Outubro, 2020 - 17h29 | Última modificação: 29 Outubro, 2020 - 17h56

Escrito por: CUT-SC

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A direção executiva da CUT-SC divulgou nesta quinta-feira (29) uma nota esclarecendo os interesses por trás do processo de impeachment do governo de Estado de Santa Catarina e defendendo eleições diretas. 

Leia a nota completa: 

Santa Catarina vive um momento de verdadeiro caos. Na política, um processo de impeachment foi aprovado em tempo recorde. Agora o governador Carlos Moisés ficará afastado por até seis meses e em seu lugar assume a vice-governadora Daniela Reinehr. Enquanto todo o foco se volta para esse processo, a pandemia no Estado – que começava a ter uma redução do número de casos – volta a avançar de forma acelerada sem qualquer ação do governo para conter a segunda onda.

Neste cenário, a participação dos catarinenses é quase nula – o impeachment tramita sem nenhum debate popular. A maioria da população está completamente alheia ao que está acontecendo e não entende as articulações políticas e os interesses que estão por trás da tentativa de derrubada do atual governo.

Primeiro, precisamos relembrar o cenário em que o governador se elegeu – uma figura que era completamente anônima no Estado que chegou ao poder se aproveitando da onda bolsonarista. Sem qualquer tipo de experiência na política, Moisés iniciou seu mandato sem entender como funcionavam as articulações políticas na Alesc. Na primeira oportunidade, tentou afastar sua imagem das ideias de extrema direita de Bolsonaro, mas, ao mesmo tempo, não se aproximou das lideranças da oligarquia catarinense. O estilo republicano de governar fez com que Moisés perdesse o apoio dos dois lados – tanto dos bolsonaristas que se revoltaram com suas divergências com o presidente, assim como elite econômica que sempre esteve no poder de Santa Catarina

Por segundo, é preciso ter ciência que o impeachment não é o julgamento de uma questão técnica, mas um processo completamente político. O motivo nunca foi o escândalo da fraude dos respiradores ou o aumento salarial dos procuradores do Estado, mas sim, os interesses de Julio Garcia. Aproveitando-se da total falta de apoio de Moisés, o presidente da Alesc viu a chance de tirar Moisés e a vice do poder para assumir a função, ganhar foro privilegiado e escapar das acusações que o perseguem. O que Julio Garcia não sabia é que os rumos mudariam no dia da votação do julgamento, livrando a vice e afastando apenas Moisés. Agora, quem assume interinamente o governo é Daniela Reinehr, uma bolsonarista convicta, seguidora fiel das ideias da extrema direita e que já fez o seu primeiro discurso como governador negando a gravidade da pandemia.

O que podemos concluir é que em nenhum momento deste processo a intenção era acabar com a corrupção ou defender os interesses do povo. Como sempre na história do governo de Santa Catarina, a motivação é atender e beneficiar a elite e as oligarquias deste estado. A população não se dá bem em nenhum dos cenários.

A CUT-SC defende que as devidas investigações sejam feitas para punir os culpados e que sejam feitas eleições diretas para o governo do Estado, só assim os interesses do povo serão atendidos. Qualquer outro caminho atenderá única e exclusivamente os anseios de pessoas que não dão a mínima para os catarinenses.

 

Direção da CUT-SC