Escrito por: FETRAFI-SC
Governo Bolsonaro aposta na destruição dos serviços públicos para abrir espaço às privatizações. No setor financeiro, mesmo com lucros recordes, bancos enxergam trabalhadores apenas como um gasto
Conforme dados divulgados recentemente pelo Banco Central, entre julho de 2018 e julho de 2019, os bancos lucraram R$ 109 bilhões. Apesar do cenário de crise no País, o resultado representa o maior lucro nominal (sem considerar a inflação) em 25 anos, desde o lançamento do Plano Real, em 1994.
Os dados demonstram ainda que o valor é 18,4% superior ao lucro de R$ 92 bilhões registrado entre julho de 2017 e junho de 2018.
Mesmo com o registro de lucro recorde, as direções dos bancos públicos e privados empreendem um movimento de ataque aos trabalhadores, retirando direitos, garantias e precarizando as condições de trabalho. Ou seja, mesmo com ganhos bilionários, os banqueiros articulam a cada dia novas maneiras de explorar funcionários, com metas abusivas, pressões para venda de produtos e serviços e ameaças constantes de demissão.
Soma-se a isso o fechamento desorientado e desenfreado de agências e as remoções de funcionários, feitas de forma compulsória e sem critérios estabelecidos.
Esse conjunto de medidas está causando um crescimento significativo no número de funcionários adoecidos e sem motivação para o trabalho.
Vale lembrar que as consequências não afetam somente os trabalhadores das instituições, mas, toda a sociedade, que sofre com a dificuldade para acessar os serviços bancários. A precarização também atinge diretamente quem já é cliente, em questões como atendimento e segurança nas agências.
Mesmo diante deste quadro que se torna cada vez mais caótico, o governo Bolsonaro cruza os braços e dá as costas aos trabalhadores, à população como um todo. O presidente mostra-se aliado dos banqueiros ao implementar políticas que favorecem cada vez mais o setor financeiro em detrimento da sociedade.
Essa é a verdadeira face do capitalismo, que toma forma pela vertente neoliberal da equipe econômica do governo federal. A realidade torna-se cada dia mais cruel para quem mais precisa de apoio, para os mais pobres, e o desafio do movimento sindical é mobilizar os trabalhadores para enfrentar esse projeto de governo.
Em diversos países isso já está ocorrendo. Tomemos o exemplo recente do Chile, que, em convulsão social, foi às ruas para dizer NÃO ao neoliberalismo.