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Governo Bolsonaro abandona Brasil Sorridente, risco à saúde bucal de milhões

O Presidente do Sindicato dos Odontologistas do Estado de Santa Catarina fala sobre o desmonte ao programa Brasil Sorridente feito pelo atual governo

Publicado: 22 Abril, 2019 - 09h33

Escrito por: Sylvio da Costa Junior Presidente do Sindicato dos Odontologistas do Estado de Santa Catarina (Soesc)

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Seguramente, a política de saúde bucal no Brasil pode ser dividida em duas fases: antes e depois de 2004, com implantação do Brasil Sorridente pelo presidente Lula

Até então, não existia uma política nacional de saúde bucal.

Pois com o Brasil Sorridente, nome-fantasia da Política Nacional de Saúde Bucal,  houve uma mudança radical no padrão assistencial com resultados marcantes.

Alguns dados:

* Forte expansão da cobertura da atenção básica em saúde bucal, saltando de pouco mais de 4.000 equipes implantadas (2003) para cerca de 25.000 (2016).

* Criação de Centro de Especialidades Odontológicas, disponibilizando serviços de média complexidade, em apoio às equipes de atenção básica.

Em 2003, apenas 3,3% dos atendimentos odontológicos eram de média e alta complexidade, já que não tínhamos nenhum centro de especialidade implantado. Em 2016, já eram mais de 1.000.

*Criação de laboratórios de prótese dentária (mais de 2.000 laboratórios aderidos ao programa) e implantação do programa de mensuração da qualidade ofertada na saúde bucal.

Ou seja, uma definição clara de rumos para saúde bucal no País.

Tanto que o volume de recursos alocados saltou de R$ 60 milhões em 2003 para R$1bilhão em 2016.

Porém, desde a posse do (des)governo Bolsonaro, em 1 de janeiro de 2019, a Coordenação Nacional de Saúde Bucal (integra o Departamento de Atenção  Básica do Ministério da Saúde) está acéfala, sem qualquer comando, em sinistra sintonia com o Executivo.

Resultado: não há ninguém respondendo pelo programa Brasil Sorridente, que está abandonado, ameaçando a existência da política de saúde bucal.

E o que é pior:  colocando em risco a assistência de milhões de brasileiros que têm no SUS sua única fonte de oferta de serviços de saúde bucal.