Festival em Florianópolis marca aniversário de Lula com música e resistência
Festival Lula Livre de Santa Catarina trouxe atrações nacionais e locais para comemorar o aniversário de 74 anos do ex-presidente e reforçar a luta pela liberdade de Lula
Publicado: 28 Outubro, 2019 - 15h03 | Última modificação: 28 Outubro, 2019 - 15h33
Escrito por: Pricila Baade (CUT-SC)
O aniversário de 74 anos de Lula foi comemorado em Santa Catarina do jeito que o ex-presidente gosta: com muita música, festa, diversão e resistência. Florianópolis recebeu nesse domingo (27) o Festival Lula Livre, o maior ato político-cultural já realizado em Santa Catarina em defesa da democracia e a favor da liberdade do ex-presidente Lula, preso político em Curitiba há mais de 560 dias.
O evento começou ao meio-dia no Miramar, área central da capital catarinense, e seguiu até o fim da noite com atrações locais e nacionais de cantores e bandas que usam a música para lutar pela democracia, igualdade e justiça. Mesmo com a forte chuva que começou a cair durante o festival, as mais de dez mil pessoas que passaram pelo evento não arredaram o pé de lá. Sombrinhas e capas de chuva foram as alternativas usadas pelo público para se proteger da chuva, mas teve ainda quem decidiu se entregar ao temporal e aproveitar os shows se encharcando.
Subiram ao palco durante o festival nomes de grande representação na música do estado como Dandara Manoela, Baque Mulher Floripa, Cores de Aidê, Clave de Samba, Luciana Varella, Africatarina, MC Mooa, KA Alves e DJ Telinho e três atrações nacionais: Ana Canãs, Mulamba e Francisco El Hombre.
Durante o festival a filha do ex-presidente, Lurian Cordeiro Lula da Silva, foi convidada para ler a carta feita por Lula especialmente para o Festival de Santa Catarina. Um dos trechos do texto escrito pelo ex-presidente dizia “A verdade pode adoecer, mas ela não morre, e no Brasil estamos vendo a verdade sendo massacrada por uma campanha de ódio para dar um golpe no país. Cada vez mais o povo vai percebendo que o golpe que deram não foi contra ao PT, mas contra os direitos dos trabalhadores, o acesso dos jovens à universidade, contra a nossa soberania, contra o Brasil”.
A primeira atração nacional a se apresentar foi Ana Cañass, nome já conhecido pela defesa por Lula Livre, entre as músicas com letras que enfatizavam principalmente a luta pela liberdade e igualdade dos direitos das mulheres, a cantora reforçou a importância da luta pela liberdade do ex-presidente “Essa é uma luta pelo povo, pela democracia, pelas pessoas dignas, pelos pobres, pelos pretos, pelos índios, pelos quilombolas, pelas mulheres que são violentadas”. Após comentar sobre o retrocesso que o atual governo de Bolsonaro representa, Ana finalizou “A gente tá aqui pra protestar, não vamos ficar quietos. Lula, a gente te ama e é grato por tudo o que você fez por esse país”
A segunda atração nacional a subir no palco foi Mulamba, uma banda de Curitiba composta por mulheres com canções de protesto que tratam de temas que vão desde a violência contra a mulher até o descaso com as pessoas deixadas à margem da sociedade.
Após Mulamba, foi a vez da banda Francisco El Hombre se apresentar. O show começou no auge da chuva, mas junto com a intensidade dos pingos aumentava a energia do público, que pulou e gritou durante toda a apresentação. Em um momento do show, o vocalista e guitarrista Mateo Piracés-Ugarte convidou o todos para abrirem uma grande roda e entrelaçaram os braços entre si, desceu até o meio do público e disse “Olha bem pra quem tá do seu lado esquerdo e do lado direito, segura bem, porque são essas pessoas que vão estar do seu lado quando Lula sair”