Escrito por: Joana Zanotto - Assessora de Imprensa do Sintrasem
Impasse de abertura de Unidade de Pronto Atendimento em Florianópolis, dá indícios de que o serviço será entregue para Organizações Sociais
O convênio que cede ao Estado o prédio da UPA Continente, transformando-a em UPA Metropolitana, foi assinado no dia 22 de setembro pelo secretário Estadual de Saúde, João Paulo Kleinubing. A unidade começou a ser construída em agosto de 2010 pela Prefeitura de Florianópolis. Desde então, inúmeras promessas de datas para abertura vem iludindo os moradores do entorno que aguardam o serviço há cinco anos.
A diretora do SindSaúde Simone Hagemann teme que este seja um indício de nova privatização. “A política que o governo tem adotado é essa. O último concurso público foi realizado por unidade, em 2012. As últimas unidades que o estado construiu com verba pública - Hospital Infantil de Joinville e Hospital Regional de São Miguel do Oeste - foram abertas sob a gestão de Organizações Sociais (OSs).”, afirma a enfermeira da UPA Norte e do Hospital Infantil de Florianópolis. Atualmente Hagemann pesquisa os prejuízos para a população diante da privatização do Hospital Florianópolis, desde 2014 gerido pela OS Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina (SPDM). Ela também integra o Fórum Catarinense em Defesa do SUS e Contra a Privatização da Saúde.
Ao entregar a UPA Continente para o governo estadual, o prefeito César Souza Junior é conivente com a política de privatização de seu colega de partido (PSD) Raimundo Colombo. A luta pela regulamentação dos plantões nas UPAs e SAMU desde o fim da greve da PMF é outro exemplo da falta de prioridade com o serviço público. De um lado, o secretário Daniel Moutinho tenta cortar direitos dos trabalhadores da saúde, de outro, pode ter entregado estrutura e serviço da prefeitura para a iniciativa privada. Nossa luta é por direitos, mas também pela defesa da saúde pública!