Estado assume gestão da UPA Continente e não fixa data para a abertura
Impasse de abertura de Unidade de Pronto Atendimento em Florianópolis, dá indícios de que o serviço será entregue para Organizações Sociais
Publicado: 23 Outubro, 2015 - 15h44
Escrito por: Joana Zanotto - Assessora de Imprensa do Sintrasem
As obras da UPA Metropolitana parecem estar chegando ao fim, porém a notícia está longe de representar a abertura da Unidade de Pronto-Atendimento na parte continental de Florianópolis, no Jardim Atlântico. Questionada, a Secretaria de Estado da Saúde afirmou por meio de sua assessoria de comunicação que a UPA Metropolitana deve abrir neste ano, e que, contraditoriamente, ainda “não há previsão de concurso público”.
O convênio que cede ao Estado o prédio da UPA Continente, transformando-a em UPA Metropolitana, foi assinado no dia 22 de setembro pelo secretário Estadual de Saúde, João Paulo Kleinubing. A unidade começou a ser construída em agosto de 2010 pela Prefeitura de Florianópolis. Desde então, inúmeras promessas de datas para abertura vem iludindo os moradores do entorno que aguardam o serviço há cinco anos.
A diretora do SindSaúde Simone Hagemann teme que este seja um indício de nova privatização. “A política que o governo tem adotado é essa. O último concurso público foi realizado por unidade, em 2012. As últimas unidades que o estado construiu com verba pública - Hospital Infantil de Joinville e Hospital Regional de São Miguel do Oeste - foram abertas sob a gestão de Organizações Sociais (OSs).”, afirma a enfermeira da UPA Norte e do Hospital Infantil de Florianópolis. Atualmente Hagemann pesquisa os prejuízos para a população diante da privatização do Hospital Florianópolis, desde 2014 gerido pela OS Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina (SPDM). Ela também integra o Fórum Catarinense em Defesa do SUS e Contra a Privatização da Saúde.
Ao entregar a UPA Continente para o governo estadual, o prefeito César Souza Junior é conivente com a política de privatização de seu colega de partido (PSD) Raimundo Colombo. A luta pela regulamentação dos plantões nas UPAs e SAMU desde o fim da greve da PMF é outro exemplo da falta de prioridade com o serviço público. De um lado, o secretário Daniel Moutinho tenta cortar direitos dos trabalhadores da saúde, de outro, pode ter entregado estrutura e serviço da prefeitura para a iniciativa privada. Nossa luta é por direitos, mas também pela defesa da saúde pública!