Escrito por: Pricila Baade

Duas regionais recebem etapa local de formação e planejam ações de luta de 2019

Regionais Vale e Norte da CUT-SC recebem etapa local da Conferência de Formação e planejam calendário de lutas de 2019

O início desta semana foi dedicado a debater as novas formas de organização da política de formação da CUT e planejar ações para 2019 em duas regionais da CUT-SC. Na segunda-feira (25) o encontro aconteceu para os sindicatos cutistas da Regional Vale, em Blumenau, e na terça-feira (26) na Regional Norte, em Guaramirim. Nos dois dias, a programação foi dividida em dois momentos, na parte da manhã aconteceu a etapa local da 4ª Conferência Nacional de Formação e a tarde a rodada para planejamento e avaliação das regionais.

Regional Vale se reuniu em Blumenau na segunda-feira

 

Momento para debater a nova política de formação da CUT

Durante os encontros preparatórios para a Conferência Nacional de Formação os debates foram norteados pela conjuntura atual do Brasil e pelas transformações do mundo do trabalho que estão acontecendo com a 4ª Revolução Industrial. O Secretário de Formação da CUT-SC, Cleverson de Oliveira, explicou o motivo da realização da conferência “A formação sempre foi uma das demandas mais solicitadas pelos sindicatos, mas a política de formação da nossa central já está defasada, porque foi pensada há 13 anos. Por isso a CUT vai atualizar, mas quer fazer isso com a participação das bases”.

O encontro foi coordenado pelo formador da Escola Sul, Rafael Serrao, que apresentou o histórico das outras conferências, explicou o objetivo do encontro, as formas de financiamento, as etapas e debateu sobre o tema “A indústria 4.0 é algo que está acontecendo mundialmente há alguns anos, é um tema que ouvimos alguns dirigentes falando às vezes, mas que normalmente não sabemos explicar detalhadamente o que e pensamos que isso só tem a ver com a indústria. Precisamos ficar atentos, pois esse avanço da tecnologia e da inteligência artificial irá atingir todas as categorias e revolucionar o mundo do trabalho”.

Na regional Norte o encontro aconteceu na terça-feira, em Guaramirim

 

Nas etapas locais da conferência sempre é apresentado um vídeo que mostra como a 4ª Revolução Industrial irá alterar todas as áreas, desde transporte e alimentação, até educação e saúde, em seguida, um debate acontece entre os participantes para discutir como o movimento sindical vai atuar diante dessas grandes mudanças no mercado de trabalho e o que esperam da nova política de formação da CUT.

Na regional Vale, os representantes dos sindicatos que estavam no encontro revelaram que esperam que a Conferência Nacional, que acontece em maio em Minas Gerais, crie uma política de formação que sirva de base para a política de organização sindical da CUT e que traga resultados concretos para o fortalecimento político da central.  Já na regional Norte a expectativa é que a conferência aponte para uma política de formação que realmente mostre quem é a CUT e o projeto que ela defende.

Ao final do encontro foram escolhidos os delegados que irão participar da etapa estadual da Conferência de Formação. Da regional Vale foram escolhidos representantes do Sintraseb, Sinte, Sinserpi e Siseti e no Norte foram nomeados representantes do Sinsep, Sinte e Sina.

Avaliar as ações e planejar as lutas de 2019

Como todos os anos, a direção da CUT-SC promove encontros nas regionais para avaliar as ações do último ano e planejar o calendário de lutas para 2019. Na semana passada e no início desta semana foi a vez das regionais Sul, Vale e Norte, nas próximas semanas acontecem os encontros das regionais Florianópolis, Oeste e Meio-Oeste .  

Para relembrar as lutas e mobilizações de 2018, foi apresentada uma retrospectiva das ações estaduais e regionais, repassando momentos marcantes do ano anterior, como a greve de 19 de fevereiro, que fez Temer recuar na votação da Reforma da Previdência e engavetar o projeto, além do Dia do Basta, em agosto, quando grandes mobilizações aconteceram por todo o país contra a retirada de direitos. Os coordenadores das regionais também apresentaram um balanço das ações feitas pelos sindicatos, como a participação nas atividades de resistência às pautas nacionais contra os trabalhadores, além de assembleias, greves e reuniões.  

Para a presidenta da CUT-SC, Anna Julia Rodrigues, mesmo sendo um ano turbulento, com muitos acontecimentos, o movimento sindical cutista conseguiu atender as expectativas “O que percebemos relembrando o ano de 2018  é que mesmo com todas demandas específicas das categorias, os sindicatos cutistas conseguiram fazer resistência frente à todas as pautas nacionais de ataques aos trabalhadores, como a Reforma da Previdência e a prisão do Lula. Fizemos muita coisa, mas agora precisamos de mais força e unidade para enfrentar os ataques que virão em 2019”.

Nos encaminhamentos para o plano de lutas de 2019 a pauta prioritária continuará sendo a resistência contra a Reforma da Previdência “A prioridade de Bolsonaro é aprovar o desmonte da previdência pública, com regras piores que a de Temer, por isso, nosso dever é explicar para as pessoas como essa reforma impede que elas se aposentem e unir forças para barrar ela. A aprovação da reforma é única forma do governo Bolsonaro sobreviver e a derrota dela é a sobrevivência da aposentadoria dos trabalhadores”, reforçou Anna Julia.

Para isso, a primeira grande mobilização está marcada para o dia 22 de março, quando em todo o país acontecerá um Dia Nacional de Luta e Mobilização em Defesa da Previdência. A data é um aquecimento rumo a uma greve geral em defesa das aposentadorias. “É importante que no dia 22 todas as regionais além de organizar atos e mobilizações, façam ações de pressão aos parlamentares, seja em suas bases ou nos aeroportos, em todos os locais onde eles circulem para que todos saibam que se “votar, não volta””.

Outra pauta que deverá continuar sendo prioritária é a defesa da liberdade de Lula “A nossa discussão sobre a defesa da democracia passa pela liberdade do Lula. Essa não é uma pauta partidária, tem a ver com o ataque aos direitos do povo. Prenderam o presidente que mais fez pelos trabalhadores para impedir que ele se elegesse e assim retirar tudo o que a classe trabalhadora conquistou durante os governos petistas”.

Confira as fotos: