Escrito por: Sinte Regional Chapecó
Ao som de cantos e falas de luta, o ato representou o sentido de partilhar e doou os alimentos arrecadados para o Hospital Regional de Blumenau
Os gritos são de fome, de dores e angústias. A luta é de solidariedade e reconhecimento. A partir desta perspectiva e com o tema “Vida em primeiro lugar” – “Basta de Miséria, Preconceito e Repressão! Queremos Trabalho, Terra, Teto e Participação!” nesta segunda-feira (7), foi realizado o 26º Grito dos Excluídos em Chapecó com a doação de 2 mil quilos de alimentos ao Hospital Regional de Chapecó.
Realizada pelo Movimento dos Sem Terra com o Sindicato da Saúde, Pastorais Sociais da Diocese de Chapecó, Central Única dos Trabalhadores (CUT), Sindicato dos Trabalhadores em Educação (Sinte) e Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público, a ação buscou reconhecer o trabalho daqueles que estão na linha de frente ao combate à Covid-19. Assim como, solidarizar-se com pacientes e familiares que também lidam com a doença.
Ao som de cantos e falas de luta, o ato representou o sentido de partilhar. “Acredito que nosso ato de solidariedade, como entidade social do campo não é dar aquilo que está sobrando, mas sim compartilhar o que temos”, explica o diretor estadual do MST, Ernesto Puhl Neto.
Para o bispo Dom Odelir José Magri, da Diosese de Chapecó, o qual realizou a benção dos alimentos, o ato reflete no processo de superação da indiferença em relação à condição humana. “Toda construção de uma sociedade nova e diferente tem que passar pelo processo de superação da indiferença e aqui está sendo proposto o gesto sentido de conclamar a globalização da solidariedade”, diz.
Quando falamos de excluídos estamos falando de cidadãos e cidadãs que são mais afetados com a falta de governança eficaz e investimentos na saúde em nosso país. Ou seja, a população pobre.
Segundo o presidente da Associação Hospitalar, Rogério Getúlio Delatorre, o atendimento do SUS na unidade equivale há 87% dos leitos e explica: “A doação é algo fundamental em um hospital público como o nosso, pois os recursos que recebemos do Sistema Único de Saúde, são insuficientes”.
Isso significa que a luta continua, em defesa da vida, na partilha, doação e solidariedade. Pois, ser patriota significa ser humano.