Escrito por: Pricila Baade/CUT-SC
Foram dois dias de trabalho na Escola Sul, em Florianópolis, avaliando a atuação da última gestão e definindo as prioridades e estratégias para este mandato.
Durante esta quarta (4) e quinta-feira (5) a direção estadual da CUT-SC, eleita durante o 13º CONCUT para a gestão 2019-2023, junto com os coordenadores das regionais e dos ramos, se reuniu pela primeira vez para planejar as ações da central para os próximos dois anos. Foram dois dias de trabalho na Escola Sul, em Florianópolis, avaliando a atuação da última gestão e definindo as prioridades e estratégias para este mandato.
Durante a manhã do primeiro dia do planejamento, a direção participou de um debate de conjuntura com o economista e técnico do DIEESE, Maurício Mulinari, e a Secretária Geral da CUT Brasil, Carmen Foro.
Maurício fez uma análise do atual cenário política e econômico do Brasil, com base na história recente do país. Ele explicou que vivemos uma guerra de classes, que se acentuou principalmente a partir de 2012, com os arrochos salariais, as contrarreformas e as privatizações, e que toda essa precarização incentivará os trabalhadores a se mobilizarem “A classe trabalhadora está se organizando, vão haver greves e explosões sociais e a tarefa da CUT será mostrar aos trabalhadores quais os reais interesses deste governo e resgatar a referência da central de representante da luta de classes. “
O economista explicou ainda que é preciso que o movimento sindical tenham calma e planeje estrategicamente o que fazer, para não errar nas ações e perder o protagonismo na organização da luta da classe trabalhadora. “Temos que entender que a transformação do pensamento da classe trabalhadora não será algo rápido e fácil, é um processo lento que resultará em grandes mudanças”.
A Secretária Geral da CUT Nacional também avaliou o cenário que vivemos e a atuação da central frente aos ataques. Para Carmen, Bolsonaro, mesmo com todos os ataques promovidos e problemas no governo, ainda é um forte inimigo “Quem tem apoio de 30% da sociedade ainda é um governo forte e se não conseguirmos reverter esse processo, Bolsonaro será um fortíssimo candidato à reeleição e destruirá tudo o que conquistamos até agora”.
Ela provocou a nova direção da CUT-SC a pensar em ações que revertam esse processo de destruição do movimento sindical e dos direitos dos trabalhadores “Nós temos que nos debruçar a pensar em um novo processo de organização sindical que dê conta de responder as necessidades da classe trabalhadora”. Para Carmen a saída é a mobilização e a conscientização de classe dos trabalhadores “Nós, da CUT, precisamos colocar o povo nas ruas lutando pelo projeto de país que queremos para os trabalhadores e trabalhadoras”.
Avaliar para planejar
A metodologia e coordenação da atividade de planejamento foi desenvolvida pela Escola Sul da CUT, usando ferramentas dinâmicas e formativas. O formador da Escola Sul Rafael Serrao, que coordenou os dois dias da programação, explicou que o encontro não iria se restringir apenas a um planejamento “Como em todos os trabalhos feitos pela Escola, este será um espaço de formação, indo muito além dos planejamentos burocratizados que geralmente acontecem”.
Antes de iniciar o planejamento das ações para o próximo período, a direção fez uma avaliação dos erros e acertos da última gestão da central (2015-2019). Para a presidenta reeleita da CUT-SC, Anna Julia Rodrigues, o planejamento e as expectativas para o último mandato foram todos revertidos pela conjuntura “Nós tivemos que abrir mão das prioridades e ações que definimos no início do planejamento da gestão por causa da conjuntura, mas uma das estratégias que obteve êxito e que facilitou a nossa atuação frente aos ataques que vivemos neste período foi a aproximação com os movimentos sociais e populares”.
Em seguida, os participantes definiram que objetivo estratégico do atual mandato, que norteará todas as ações durante os quatro anos, priorizará a ampliação da consciência da classe trabalhadora, a defesa das entidades sindicais. E o combate ao capitalismo e ao avanço do fascismo.
No segundo dia do encontro, a direção traçou um plano de ações para serem desenvolvidos pela central nos próximos dois anos, quando acontecerá a Plenária da Direção Estadual que avaliará a execução do planejamento feito e traçará novas estratégias e ações para serem feitas até o fim do mandato. Entre os eixos de destaque no planejamento estavam ações para fortalecer a comunicação, a formação e a organização sindical da central.
A presidenta da CUT-SC saiu do planejamento satisfeita com o resultado “Nestes dois dias vi o entusiasmo dos membros dessa nova direção para planejar e organizar a luta da classe trabalhadora. Saio daqui com a certeza de que a maior central do estado estará bem representada nestes quatro anos”.