CUT-SC repudia extinção do Ministério do Trabalho
Em nota, central repudia e contesta a extinção do Ministério de Trabalho anunciada durante uma entrevista dada nesta segunda-feira (3) pelo futuro ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni.
Publicado: 04 Dezembro, 2018 - 17h03 | Última modificação: 04 Dezembro, 2018 - 17h11
Escrito por: CUT-SC

A CUT-SC repudia e contesta a extinção do Ministério de Trabalho anunciada durante uma entrevista dada nesta segunda-feira (3) pelo futuro ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni. O ministério será dividido em três, com as respectivas áreas sob comando da Economia, da Justiça/Segurança Pública e da Cidadania. A ação representa mais um ataque à classe trabalhadora e a prova de que Bolsonaro está a serviço dos empresários, dos ricos e do agronegócio.
Mais uma vez, o governo de Bolsonaro se contraria e volta atrás de uma decisão, provando a incerteza que o país viverá nos próximos anos. A afirmação, feita por Onyx, contradiz a declaração dada em novembro pelo presidente eleito de que o Trabalho continuaria com status de ministério em seu governo: seria, por suas palavras, um ministério "disso, daquilo e do Trabalho".
Fechar um espaço institucional que há 88 anos atua regulando e fiscalizando as relações de trabalho no país é a prova de que Bolsonaro e sua equipe desprezam a classe trabalhadora. O Ministério do Trabalho é responsável por diversas políticas de defesa dos direitos dos trabalhadores, como o FGTS, a FAT e o seguro-desemprego, portanto, enfraquecer esse órgão é formalizar a precarização do trabalho e a exploração dos trabalhadores. A atitude mostra claramente que Bolsonaro continuará as ações do golpista Temer com ainda mais intensidade, sempre beneficiando os patrões e prejudicando a classe trabalhadora.
Para fragilizar de vez os trabalhadores, Bolsonaro quer acabar com todos os meios que defendem direitos da classe trabalhadora. Um dos principais alvos é o movimento sindical. A intenção do governo é deixar nas mãos do ministro da Justiça, o ex-juiz Sérgio Moro, a responsabilidade pela concessão do registro sindical. Ou seja, justamente o juiz conhecido por ser parcial e defender sempre a elite brasileira, agora vai decidir quais sindicatos podem ou não funcionar. Outro setor importante, o de fiscalização contra o trabalho escravo, também deve ir para a Justiça.
O que os movimentos sindicais e sociais enfrentarão daqui para frente serão fortes ataques para acabar a oposição que defende os direitos dos trabalhadores e da população mais pobre. Devemos resistir para sermos o escudo dos trabalhadores neste momento tão crítico da história. Toda ação do próximo governo que mexa com os direitos sociais e trabalhistas, como a Reforma da Previdência, deverá receber como reposta a mobilização imediata de toda a classe trabalhadora para manter os direitos que foram conquistados após tanta luta.
Para a CUT-SC, o cenário política de Santa Catarina e do Brasil para os próximos anos exigirá unidade dos movimentos sindical e social para lutar em defesa dos trabalhadores e trabalhadoras contra as pautas que atacam direitos. A CUT conclama para que todos atuem juntos em uma frente ampla para manter os direitos dos trabalhadores do setor privados garantidos nas convenções e para impedir a demissão e terceirização dos servidores públicos, dentro vários outros ataques que virão para a classe trabalhadora.
Florianópolis, 4 de dezembro de 2018