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CUT-SC realiza encontro formativo sobre Transição Justa

O encontro teve como objetivo preparar delegados e delegadas para os debates da 17ª Plenária Estadual da CUT-SC, aprofundando a reflexão sobre os impactos das mudanças climáticas na classe trabalhadora

Publicado: 25 Julho, 2025 - 10h17

Escrito por: CUT-SC

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Na noite desta quinta-feira (24), a CUT-SC promoveu um encontro formativo virtual sobre Transição Justa, reunindo mais de 50 trabalhadores e trabalhadoras da base CUTista de todo o estado. A atividade foi coordenada pelo Secretário de Meio Ambiente da CUT-SC, André Luiz Alves, e teve como objetivo preparar delegados e delegadas para os debates da 17ª Plenária Estadual da CUT-SC, aprofundando a reflexão sobre os impactos das mudanças climáticas na classe trabalhadora e o papel do movimento sindical na construção de uma transição ecológica com justiça social.



O encontro contou com a participação do economista e coordenador de estudos e pesquisas sobre Trabalho e Meio Ambiente do Dieese, Nelson Karam, e da Secretária de Meio Ambiente da CUT Nacional, Rosalina Amorim.

Durante sua fala, Nelson Karam destacou que o Brasil vive três transições simultâneas: a ecológica, a demográfica e a digital. Segundo ele, Santa Catarina, além de registrar crescimento populacional, é um estado fortemente marcado por atividades como a extração de carvão, petróleo e agronegócio, que impactam diretamente o meio ambiente. “Nesse processo de transformações produtivas, é preciso colocar os trabalhadores no centro do debate, garantindo que não sejam os mais prejudicados”, afirmou Karam.

Ele alertou que os impactos das mudanças climáticas já estão sendo sentidos de forma direta pela classe trabalhadora, principalmente em três dimensões: saúde, com aumento de doenças ligadas ao trabalho a céu aberto; custo de vida, devido à alta nos preços dos alimentos; e emprego, já que setores como o carvão podem ser desativados, enquanto novas áreas, como energias renováveis, surgem com salários menores. “Precisamos discutir que tipo de emprego será gerado e quem serão esses trabalhadores”, pontuou.

Rosalina Amorim reforçou a necessidade de ampliar a formação e a participação da classe trabalhadora no debate ambiental “Precisamos discutir a Transição Justa para além da direção sindical, levar esse debate para a base e para a sociedade. Também é fundamental pressionar o poder público para garantir políticas que protejam os trabalhadores”, destacou.

Ela também lembrou da importância da participação do movimento sindical na Cúpula dos Povos da COP 30, que ocorrerá no Brasil, para colocar as reivindicações da classe trabalhadora no centro das negociações globais sobre o clima.

O encontro é parte da preparação para a 17ª Plenária Estadual da CUT-SC, que vai definir estratégias e um plano de lutas para enfrentar os desafios impostos pelas mudanças climáticas, pelas transformações produtivas e pelas políticas ambientais no estado e no país.