Escrito por: CUT-SC
Mais de 30 representantes catarinenses participaram do evento que reuniu líderes sindicais e movimentos sociais do mundo todo
A CUT-SC teve uma participação expressiva no G20 Social, evento inédito que aconteceu de 14 a 16 de novembro no Rio de Janeiro. Mais de 30 cutistas catarinenses se juntaram a milhares de pessoas do Brasil e do mundo no Píer Mauá, centro histórico da cidade, para debater temas cruciais como o combate às desigualdades, a transição justa e a reforma da governança global.
O evento, considerado histórico por marcar a primeira vez que a sociedade civil participa oficialmente da Cúpula do G20, reuniu líderes sindicais, movimentos sociais e entidades da sociedade civil para discutir o futuro do trabalho e o desenvolvimento global. A CUT-SC esteve presente ativamente nos debates, levando a voz dos trabalhadores catarinenses para o cenário internacional.
A presidente da CUT-SC, Anna Julia Rodrigues, destacou a importância da participação da Central no evento "É um momento histórico poder participar do G20 Social e levar as demandas dos trabalhadores catarinenses para o debate internacional. Acreditamos no diálogo e na construção de pontes para encontrar soluções para os desafios globais, como a desigualdade, a crise climática e as mudanças no mundo do trabalho."
O G20 Social encerrou com um ato emocionante no Armazém 3, que contou com a presença do presidente Lula. O local, completamente lotado, simbolizou a força do movimento sindical e da sociedade civil organizada. Na ocasião, Lula recebeu o documento com as resoluções finais do evento, que será encaminhado aos líderes de Estado na Cúpula do G20 nos dias 19 e 20 de novembro.
Documento final
O texto final partiu de três eixos prioritários da presidência brasileira do G20. São eles: o combate à fome e às desigualdades, o enfrentamento às mudanças climáticas e transição energética justa; e a reforma da governança global.
Combate à fome, pobreza e desigualdade
O documento destaca o caráter de urgência e prioridade máxima a adesão de todos os países do G20 e de outros Estados à iniciativa da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, em alinhamento com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Agenda 2030 da ONU.
Traz ainda a defesa da soberania alimentar a partir da produção de alimentos saudáveis, além de assegurar justiça socioambiental, garantindo que todos os grupos sociais independente de raça, classe, gênero ou origem, tenham acesso igualitário aos benefícios ambientais.
Ainda no eixo de combate à fome e à desigualdade, a centralidade do trabalho decente como diretriz para políticas a serem implementadas nos países. “Elemento essencial na superação da pobreza e das desigualdades”, reforça o texto.
Sustentabilidade, mudanças do clima e transição justa
O documento final do G20 Social destaca também a urgência de enfrentar as mudanças climáticas com respeito à ciência e conhecimentos tradicionais dos povos, além de promover a substituição do modelo de produção baseado em combustíveis fósseis por uma economia de baixo carbono, enfrentando a exclusão social, a pobreza energética e o racismo ambiental, garantindo condições equitativas para os trabalhadores, pessoas negras e comunidades vulneráveis.
O texto ainda menciona a proteção às florestas tropicais por meio da criação de um financiamento internacional.
Reforma da governança global
O texto final ressalta a necessidade inadiável de uma reforma das instituições internacionais para que reflitam a realidade geopolítica contemporânea, com promoção do multilateralismo e ampliação da participação dos governos e povos dos países do Sul Global nos fóruns de decisão.
Neste eixo, o documento ainda destaca a justiça fiscal como ferramenta para alcançar o desenvolvimento sustentável e a taxação progressiva dos super-ricos para a obtenção de recursos para políticas sociais.
Conclusão
Ao final o documento faz um chamado às nações para que as demandas sejam atendidas.
”É hora de assumirmos a responsabilidade de liderar uma transformação que seja efetivamente profunda e duradoura. Compromissos ambiciosos são essenciais para fortalecer as instituições internacionais, combater a fome de desigualdade, os impactos das mudanças do clima e proteger nosso sistemas. Este é o momento de agir com determinação e solidariedade. Com vontade política e ainda institucionalização de instâncias como social, podemos, sem, construir uma agenda coletiva de um compromisso com a justiça social com a paz global”, diz o texto.
Para contribuir com o documento final do G20 Social, a CUT elaborou um documento prévio com propostas fundamentais para o futuro do trabalho. Intitulado Sem Trabalho, Sem Futuro: Garantir Trabalho Decente Para Combater a Fome, a Pobreza, o texto traz os seguintes eixos, que se desdobram em temas específicos.
São eles: o combate à fome a pobreza e à desigualdade por meio de ações como a redução da jornada de trabalho, valorização do salário mínimo e educação profissional e investimentos em educação e desenvolvimento tecnológico.
Também estava no documento a garantia de uma transição justa e sustentabilidade diante das mudanças climáticas tendo o trabalho decente como base para a transição e a proteção social.
O texto traz ainda a construção da reforma da governança global, com taxação das grandes fortunas, trabalho decente e proteção social nos marcos da OIT e garantia de organização sindical e negociação coletiva. Ponto de destaque é a criação de 500 milhões de empregos até o ano de 2030, além da igualdade salarial, empregos para a juventude e renda básica universal.