CUT-SC e centrais denunciam tarifaço dos EUA e ataque da FIESC aos empregos
CUT-SC e centrais exigem medidas que preservem postos de trabalho e fortaleçam a economia nacional
Publicado: 05 Setembro, 2025 - 13h54
Escrito por: CUT-SC

O movimento sindical catarinense se posicionou contra as tarifas de 50% impostas pelo governo dos Estados Unidos aos produtos brasileiros. A medida, considerada unilateral e contrária às regras do comércio internacional, atinge em cheio setores estratégicos da economia de Santa Catarina, como madeira, móveis, metalmecânica, eletroeletrônica e autopeças - todos grandes empregadores no estado.
Em nota conjunta, a CUT-SC, centrais sindicais, federações e sindicatos de trabalhadores repudiam a tentativa do setor patronal, por meio da Federação das Indústrias de Santa Catarina (FIESC), de retirar contrapartidas que garantem a preservação de empregos nas empresas beneficiadas por medidas emergenciais anunciadas pelo governo federal.
Enquanto o governo brasileiro atua de forma soberana na busca por novos mercados e alternativas que minimizem os impactos da taxação, a FIESC concentra esforços para desresponsabilizar as empresas de sua obrigação social: a manutenção e ampliação dos postos de trabalho. Além disso, a entidade patronal defende a desoneração da folha de pagamentos, medida que, segundo as centrais, apenas agravaria as desigualdades tributárias no país.
O movimento sindical ressalta que a classe trabalhadora não pode ser a responsável por pagar a conta dessa crise. Para os trabalhadores e trabalhadoras, o caminho é fortalecer a economia nacional com geração de empregos de qualidade, desenvolvimento sustentável e garantia de direitos.
Confira abaixo a nota na íntegra:
MOVIMENTO SINDICAL CATARINENSE EM DEFESA DA SOBERANIA, DOS EMPREGOS, DA RENDA E DOS DIREITOS DOS TRABALHADORES
A imposição de tarifas de 50% pelo governo norte-americano aos produtos produzidos no Brasil e importados pelos Estados Unidos é uma medida unilateral, que ataca as regras do comércio internacional e, principalmente, a soberania de nosso país.
Diante dos impactos da taxação, o governo brasileiro tem procurado atuar em diferentes frentes. Assim, de forma soberana, busca os canais de negociação, sem se render a chantagens; tem intensificado a procura por novos mercados; e propõe medidas que atenuem os impactos sobre as empresas que exportam para o mercado norte-americano, juntamente com a manutenção dos empregos – conforme previsto pelo Plano Brasil Soberano.
Em Santa Catarina, os setores mais afetados, como madeira, móveis, metalmecânica, eletroeletrônica e autopeças, por serem importantes empregadores, podem ser contemplados pelas medidas anunciadas pelo Governo Federal, as quais reconhecem a necessidade emergencial do setor produtivo e visam à preservação dos empregos.
Na contramão dessas medidas, que pretendem fortalecer a economia brasileira, o desenvolvimento, o emprego e o bem-estar da população, a Federação das Indústrias de Santa Catarina – FIESC concentra esforços em anular as alternativas de proteção ao emprego previstas na ajuda federal. A entidade articula junto a parlamentares a exclusão das contrapartidas que garantam a manutenção e ampliação dos empregos, no caso de empresas beneficiadas por recursos públicos através da Medida Provisória em tramitação no Congresso Nacional.
Além disso, a entidade patronal propõe a desoneração da folha de pagamentos, medida oportunista que irá agravar as desigualdades tributárias no país, ao beneficiar interesses particulares. Aqueles que vivem pregando o ajuste fiscal como mantra econômico se apressam em transgredi-lo.
O movimento sindical catarinense, por meio das Centrais Sindicais, Federações e Sindicatos de Trabalhadores, repudia as propostas do setor patronal e segue na defesa de iniciativas pautadas pela negociação e que visem a valorização do trabalho como eixo central de um projeto nacional de desenvolvimento. Neste sentido, as empresas que serão beneficiadas por medidas emergenciais precisam garantir a manutenção dos postos de trabalho.
Em vista disso, as entidades sindicais repudiam quaisquer medidas de precarização e de ataques aos direitos dos trabalhadores.
A classe trabalhadora não deve pagar a conta dessa crise!
É hora de avançar na reconstrução de uma base produtiva moderna e inovadora, capaz de gerar empregos de qualidade e assegurar que a classe trabalhadora não seja apenas sujeito mas, também, beneficiária do crescimento, com dignidade, sustentabilidade, bem-estar e qualidade de vida para todos.