Escrito por: CUT-SC
Em manifesto destinado ao Governador, aos deputados estaduais e aos catarinenses criticando omissão de Moisés e propondo medidas mais restritivas para controlar a pandemia e garantir a saúde e renda
A CUT-SC divulgou uma carta aberta nesta sexta-feira (17), demostrando preocupação com a situação crítica do Estado no controle da pandemia e criticando a omissão do Governador Moisés no controle da pandemia, que desde o início do junho terceirizou toda a responsabilidade para os prefeitos. No fim do documento, a central faz algumas propostas para controlar o avanço do vírus e garantir emprego e renda para todos os catarinenses.
Confira a carta aberta:
Santa Catarina vive o total abandono no controle da pandemia no estado. Não bastando a política genocida de Bolsonaro em ignorar a gravidade da doença, Moisés se esconde e terceiriza toda a sua responsabilidade. Se a negligência do presidente e do governador colocasse em risco apenas a vida deles, a situação seria aceitável. Porém, estamos falando dos dois representantes maiores em nível federal e estadual que com suas decisões determinam as ações que podem amenizar ou agravar os efeitos da pandemia – ou, em palavras mais claras: salvar vidas ou matar pessoas.
Desde o início de junho, o governador Moisés – seguindo a cartilha de Bolsonaro - se omitiu completamente e decretou que cada prefeito tem autonomia para tomar decisões relativas a flexibilizações ou restrições no enfrentamento ao coronavírus. Ou seja, ao invés de assumir o papel de governador e determinar medidas que garantam a segurança dos catarinenses, Moisés lavou as mãos e transferiu a responsabilidade para os prefeitos.
As consequências desta omissão, infelizmente, estamos vendo agora. Vivemos o momento mais crítico da pandemia em Santa Catarina, mesmo assim, ainda não é possível afirmar que chegamos ao pico da doença no Estado. Os números dos últimos dias assustam: só de segunda (13) para terça (14) mais de 30 mortes por coronavírus foram registradas, chegando a triste marca de 569 catarinenses mortos e quase 48 mil casos.
O Sul já é considerado o novo epicentro do coronavírus, com os olhos atentos para Santa Catarina – que começou sendo referência no controle da pandemia e hoje é o estado com maior crescimento no número de mortes, cerca de 322% no último mês.
A situação não é nada boa: sete regiões do estado estão classificadas como nível gravíssimo de risco da pandemia, segundo os dados da Secretaria de Estado da Saúde. Ao mesmo tempo, a ocupação dos leitos de UTI já está em mais de 70%, com grandes cidades - como Florianópolis, Criciúma, Joinville e Balneário Camboriú - chegando ao nível máximo.
E quem mais sofre com essa falta de controle da pandemia é a população vulnerável e os trabalhadores. Com a ausência de medidas que determinem o fechamento das atividades econômicas e garantam o isolamento social, catarinenses precisam se expor diariamente ao vírus para não perderem o emprego. A omissão de Moisés e da maioria dos prefeitos não é à toa, o objetivo é atender os interesses do empresariado que pouco se importam com o número de mortes aumentando e pensam apenas em quanto dinheiro estão perdendo com seus negócios fechados.
Só nos frigoríficos de Santa Catarina, mais de três mil trabalhadores estão contaminados. Os casos alta de trabalhadores contaminados se repete em outros setores – como na saúde, no comércio e nas indústrias. É o resultado da política que prioriza o lucro e banaliza as vidas. Se não fosse pela pressão e fiscalização dos sindicatos e do Ministério Público do Trabalho, os patrões não forneceriam nem equipamentos de proteção individual aos trabalhadores.
É por isso que mais uma vez a Central Única dos Trabalhadores de Santa Catarina (CUT-SC) reafirma que neste momento a tarefa mais importante é proteger a vida de todos e a única saída possível para isso é o isolamento social. Exigimos do governador Moisés, dos prefeitos e dos deputados estaduais medidas urgentes que controlem o avanço da pandemia no Estado, garantindo emprego e renda para os catarinenses.
Como representantes dos trabalhadores nossas propostas são: