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CUT-SC abre 17ª Plenária com debates desafios do mundo do trabalho

A 17ª Plenária Estadual da CUT-SC começou nesta sexta-feira (15) reunindo cerca de 250 trabalhadores e trabalhadoras de todas as regiões de Santa Catarina

Publicado: 15 Agosto, 2025 - 19h42 | Última modificação: 15 Agosto, 2025 - 19h51

Escrito por: CUT-SC

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A 17ª Plenária Estadual da CUT-SC começou nesta sexta-feira (15) reunindo cerca de 250 trabalhadores e trabalhadoras de todas as regiões de Santa Catarina. Serão dois dias de debates e construção de estratégias de luta frente às mudanças no mundo do trabalho.

A abertura foi marcada por uma mística emocionante que reafirmou a luta pela liberdade de Sônia Maria de Jesus. Logo depois, dirigentes sindicais, lideranças políticas, representantes de movimentos sociais e entidades parceiras da CUT reforçaram a importância do encontro.

Entre as falas, estiveram a do representante do Movimento de Atingidos por Barragens (MAB), Rodrigo Timm; do deputado estadual Fabiano da Luz; de Ideli Salvatti, ex-senadora e representante do Instituto Humaniza SC; e de Crystiane Peres, supervisora do Escritório Regional do DIEESE em Santa Catarina. Representando a CUT Nacional, participaram Rosane Bertotti, secretária de Formação; Juvandia Moreira, vice-presidenta; Valeir Ertle, secretário de Assuntos Jurídicos; e Renê Munaro, diretor.

A presidenta da CUT-SC, Anna Julia Rodrigues, destacou que o tema central da plenária, “Novos tempos, novos desafios”, está diretamente ligado ao momento político e econômico do país, mas reforçou que este também é um espaço para manter viva a campanha por #SôniaLivre. Ela lembrou que a construção do evento passou por plenárias realizadas nas seis regionais, garantindo que a base fosse ouvida. O coordenador adjunto da plenária, Cleverson de Oliveira, declarou oficialmente aberta a programação.

A manhã seguiu com a mesa de análise de conjuntura, que reuniu a vice-presidenta da CUT Nacional, Juvandia Moreira; a diretora técnica do DIEESE, Adriana Marcolino; e o coordenador geral do Núcleo de Estudos de Economia Catarinense da UFSC, Lauro Mattei.

Juvandia ressaltou que a CUT está empenhada em construir uma agenda de justiça fiscal, com taxação dos mais ricos, e destacou a importância de mobilizar a classe trabalhadora para garantir conquistas. “Precisamos estar nas ruas, debatendo a isenção fiscal, fortalecendo as negociações coletivas e defendendo a democracia e a soberania a qualquer custo”, afirmou. Ela lembrouàs entidades sindicais devem atuar para consolidar avanços no mercado de trabalho. “Nosso papel é esclarecer a correlação de forças no Congresso e organizar os trabalhadores em torno do Brasil que queremos construir.”

Na sequência, Adriana Marcolino apresentou um panorama econômico, classificando a conjuntura como “bastante complexa”. Ela explicou que o chamado tarifaço do governo Trump pode reduzir o PIB brasileiro e que a inflação está fortemente pressionada pelos preços dos alimentos, resultado de distorções na produção e na política econômica. “Há quem defenda que os brasileiros comam menos, mas a raiz do problema não está no consumo, e sim na especulação e na falta de regulação”, disse. Adriana também criticou a política de juros altos, apontando que ela freia o crescimento, interrompe o avanço da renda do trabalho e impede investimentos essenciais em áreas como saúde e educação.

Fechando a mesa, Lauro Mattei apresentou dados do mercado de trabalho catarinense e ressaltou que a pandemia aprofundou a pobreza no estado, apesar de o governo local negar essa realidade. Ele questionou o uso de indicadores sociais como vitrine, sem considerar as desigualdades que persistem, e alertou para a necessidade de enfrentar a agenda neoliberal do governo estadual. “O desafio é ir além dos números e construir políticas que de fato melhorem a vida das pessoas”, afirmou.

No período da tarde, os participantes se dividiram em grupos para debater a estratégia e o plano de lutas nacional, com a possibilidade de apresentar emendas ao texto-base que será levado à plenária nacional da CUT. A programação segue até este sábado (16), reafirmando o compromisso da Central com a organização e a mobilização da classe trabalhadora para enfrentar os desafios de novos tempos e construir um Brasil mais justo e democrático.