Centrais sindicais divulgam nota ao governador em defesa do isolamento social
A CUT-SC, junto com outras centrais sindicais de SC, lançaram uma nota ao governador repudiando a decisão de recuar na quarentena e liberar o retorno das atividades econômicas
Publicado: 29 Abril, 2020 - 10h16 | Última modificação: 29 Abril, 2020 - 11h06
Escrito por: CUT-SC
Para demonstrar repúdio à decisão do governador de Santa Catarina, Carlos Moisés, de recuar nas medidas de isolamento social e liberar a retomada das atividades econômicas, a CUT-SC, junto com a CTB, CSP Conlutas, CSB, Intersindical e UGT escreveram uma nota conjunta.
Nas últimas semanas, as decisões do governo praticamente fizaram a rotina no Estado voltar à “normalidade”, fazendo Santa Catarina ir para manchetes internacionais por causa de aglomerações em shoppings. Os números da pandemia do novo coronavírus deram um salto nesta terça-feira (28) em Santa Catarina, com o acréscimo de 519 casos à estatística oficial do Governo do Estado, fazendo Santa Catarina chegar a 1.995 casos e 44 mortes.
Leia a nota completa:
Sr. Carlos Moisés, governador do Estado de Santa Catarina, mais uma vez, nós, representantes das centrais sindicais, estamos aqui para reforçar e defender a importância do isolamento social e afirmar que o senhor está agindo de forma irresponsável cedendo à pressão de empresários e reabrindo shopping centers, bares, restaurantes e academias, ignorando o avanço do contágio do coronavírus com suas decisões. Neste momento, sua prioridade como governador deveria ser zelar pela vida dos catarinenses. As consequências desta medida precipitada e imprudente, que levaram centenas de pessoas a se abarrotarem nos shoppings e no comércio de rua, infelizmente, serão sentidas daqui algumas semanas, com a explosão do número de casos.
Já são 44 mortes por coronavírus e 1.995 pacientes com diagnóstico positivo em Santa Catarina. Estes dados já são assustadores, mas eles não mostram toda a verdade sobre a situação do Estado, sabemos que o número de casos é ainda maior do que os divulgados pelo governo.
Em seu pronunciamento sobre a liberação das atividades, o senhor afirmou que pode “voltar atrás, caso a situação se agrave” – o que você quer dizer com essa afirmação? Que mais catarinenses terão que morrer para que o governo e os empresários considerem a situação grave o suficiente para fecharem seus negócios e salvarem vidas? Cada dia de funcionamento de atividades não essenciais coloca em risco a vida de milhares de trabalhadores e trabalhadoras catarinenses. A vida está acima do lucro!
Cientistas colocam a importância de analisar com cautela cada passo, pois não conhecemos o covid19 e conter seu avanço poderá exigir uma sobrecarga do sistema de saúde ficaria insustentável. Já existem muitos profissionais de saúde em Santa Catarina contaminados e afastados e é preciso garantir trabalho seguro e equipamentos de proteção individual (EPI) de qualidade para estes trabalhadores que estão na linha de frente do combate ao vírus.
Sr. governador, abandone esse discurso falso de que o coronavírus irá quebrar economia, pois já estávamos em situação de desemprego e novamente quem paga conta é trabalhador. A questão prioritária agora para o governo em relação à economia deveria ser pensar em medidas para atender os desempregados e as pessoas em situação de vulnerabilidade.
Como representantes dos trabalhadores catarinenses exigimos que nossas reivindicaçõessejam ouvidas. Existem alternativas possíveis para preservar a vida e ao mesmo tempo amenizar os impactos para a economia e nós, representantes das centrais sindicais, queremos ter a oportunidade de apresentar essas propostas em nome dos trabalhadores.
CUT-SC
CTB
CSP Conlutas
CSB
UGT
Intersindical