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Centrais, movimentos sociais e estudantis organizam lutas de março em Florianópolis

O principal objetivo do encontro na sede do Sintespe foi unificar as ações na capital para fortalecer as mobilizações agendadas para os dias 8, 14 e 18 de março

Publicado: 03 Março, 2020 - 14h23 | Última modificação: 03 Março, 2020 - 14h48

Escrito por: Pricila Baade

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Na noite dessa segunda-feira, 2 de março, representantes de cerca de 40 entidades dos movimentos sindical, estudantil e social se reuniram para organizar o calendário de lutas de março em Florianópolis. O principal objetivo do encontro na sede do Sintespe foi unificar as ações na capital para fortalecer as mobilizações agendadas para este mês, como o Dia Internacional da Mulher (8 de março), o ato em memória aos dois anos do assassinato de Marielle Franco (14 de março) e o Dia Nacional de Luta em defesa dos serviços públicos, empregos, direitos e democracia (18 de março).

A presidenta da CUT-SC, Anna Julia Rodrigues, participou da reunião e relembrou que a construção da maior greve geral organizada nos últimos tempos foi semelhante à jornada de lutas atual “A greve geral feita em 28 de abril de 2017, que ficou marcada na história como uma das maiores paralisações já feitas, começou a ser construída com as grandiosas mobilizações do Dia da Mulher. Acredito que vamos repetir isso em 2020. Acho que vamos nos surpreender positivamente com os atos que acontecerão nos dias 8 e 9 de março no país”.

O encontro mostrou a unidade que vem sendo construída na capital entre os movimentos que defendem os direitos do povo e a democracia. Além da CUT, participaram representantes da CTB, CSP Conlutas e Intersindical. Sidnei Batista de Souza, o Nanico, da CTB, reforçou a importância desta unidade “Neste momento de grandes ataques é essencial juntarmos nossas forças e concentrarmos nossa luta em pautas que unificam o povo, como a defesa da soberania. Só assim vamos conseguir sair deste momento de resistência e partir para a ofensiva, voltando a conquistar os direitos que perdemos”.

Diversas representações do movimento estudantil também participaram do encontro e, a exemplo das grandes manifestações ocorridas em 2019, reforçaram seu compromisso em se unir às lutas do movimento sindical. “Março sempre é marcado como mês de jornada de luta em defesa da educação para o movimento estudantil. Para fortalecer ainda mais o dia 18 de março, chamamos os estudantes para paralisarem nesta data e participarem do ato”, esclareceu o presidente da União Catarinense dos Estudantes, Lucene Magnus.

8M – Dia Internacional da Mulher

Um das pautas debatidas na reunião foi o fortalecimento das ações organizadas pelo 8M em Florianópolis, movimento feminista que pelo quarto ano seguido reúne grupos de diversas setores para organizar a Greve Internacional de Mulheres na capital.  A programação conta com atividades durante toda esta semana que incluem debates, oficinas e atividades culturais sobre temas que norteiam a vida das mulheres.

No sábado, 7 de março, acontecerá uma feira feminista, das 13h às 18h, na Avenida Hercílio Luz, e no domingo, 8 de março, as mulheres estarão na cabeceira da Ponte Hercílio Luz, das 12h às 18h, para marcar o Dia Internacional das Mulheres, com panfletagem, distribuição de adesivos e aplicação de stencil em camisas.  A programação encerra no dia 9 de março, quando diversas atividades acontecerão o dia todo no Largo da Alfândega, encerrando com uma grande marcha às 17h. A programação completa pode ser acompanhada na página oficial do 8M – SC no Facebook (www.facebook.com/8MBrasilSantaCatarina)

14 de março - dois anos da morte de Marielle Franco

Em todo o país, o dia 14 de março será marcado por manifestações lembrando os dois anos do assassinato da vereadora Marielle Franco, exigindo justiça e respostas do poder público pelo crime. Em Florianópolis, os Movimento de Ocupações Urbanas e dos Trabalhadores Sem Terra estão organizando uma marcha para marcar a data, lutando por justiça para Marielle e em defesa das Reformas Urbana e Agrária. A marcha sairá às 9h do Alto da Caieira, no Saco dos Limões, passando pelo Monte Serrat e chegando na Catedral por volta das 11h, onde acontecerá um ato político-cultural.

No encontro desta segunda-feira, os movimentos sindicais e sociais presentes se comprometeram em ajudar na organização e fortalecer a mobilização. Para isso, duas reuniões acontecerão nos dias 5 e 10 de março, ambas às 19h na sede do Sinergia, para acertar os detalhes do ato.  

18 de março – Greve Nacional da Educação e Dia Nacional de Luta em defesa dos serviços públicos, empregos, direitos e democracia

Desde o ano passado, as centrais sindicais estão convocando os trabalhadores e trabalhadoras para construírem um grande dia de mobilização e paralisação em 18 de março - Dia Nacional de Luta em Defesa do Serviço Público, Estatais, Emprego e Salário, Soberania, Defesa da Amazônia e Agricultura Familiar. Inicialmente, a data foi chamada pela CNTE para ser a Greve Nacional da Educação e depois foi incorporada pelas centrais sindicais para ser um dia de mobilização em defesa dos serviços públicos e contra as privatizações.

Na plenária desta segunda-feira, representantes de sindicatos dos servidores públicos das três esferas e os representantes dos movimentos estudantis falaram sobre as assembleias que estão acontecendo para chamar os trabalhadores e estudantes para paralisarem no dia 18 e se unirem à mobilização na capital.

Um dos encaminhamentos definidos para fortalecer a mobilização em Florianópolis foi a elaboração de um panfleto unificado para dialogar com a população sobre a importância de defender os serviços públicos. O material será distribuído nos locais de trabalho e em pontos de grande circulação no centro e nos bairros da Grande Florianópolis em ações coletivas de panfletagem entre os dias 8 e 18 de março. Para marcar o Dia de Lutas e Paralisações, foi definido um ato no fim da tarde, com concentração às 16h, na Catedral.

Para definir os detalhes do ato uma comissão de organização foi montada e se reunirá no dia 14 de março.