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Carreira dos docentes não tem evolução salarial em SC

Santa Catarina e Sergipe são os únicos estados em que o salário do docente não tem ganho real

Publicado: 20 Junho, 2023 - 10h50

Escrito por: Sinte/SC

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Uma pesquisa feita pelo Movimento Profissão Docente, no segundo semestre de 2022, apontou algo que o Sinte/SC já sabe e que vem lutando contra há décadas: Santa Catarina não valoriza a carreira dos docentes da rede estadual de Educação.

Falar que o salário inicial de um professor, que atua por 40 horas semanais em SC, é de R$ 5 mil, faz parecer que é uma boa notícia. Afinal, a definição de um piso salarial, por lei criada em 2008, foi um avanço imensurável para os docentes de todo o país.

O que fica escondido nas entrelinhas é que o valor recebido pelos professores catarinenses está entre os piores do Brasil quando o assunto é evolução da remuneração. Por aqui, um professor em início de carreira e com a formação mais básica, ganha quase o mesmo que um docente com décadas de atuação.

Segundo a pesquisa do Movimento Profissão Docente, os trabalhadores da rede estadual catarinense estão ao lado dos professores do Sergipe em uma lamentável estatística: são os únicos estados do Brasil que não oferecem nenhum tipo de evolução salarial (aumento real) na carreira do magistério.

Isso quer dizer que o valor do salário inicial de um professor com licenciatura plena é, basicamente, o mesmo valor do salário que recebe ao final da carreira. Os profissionais até têm certa diferença salarial quando se trata de nível educacional, pois aqueles com mestrado e doutorado têm bonificações em comparação com quem tem somente a graduação. Contudo, não há nenhuma alteração no plano de carreira, que seria uma evolução natural que leva em consideração o tempo de serviço.

MESA DE NEGOCIAÇÃO | Uma das principais bandeiras de luta do Sinte/SC é a descompactação da tabela salarial, visando ao reconhecimento e a adequada remuneração dos trabalhadores. Sendo assim, no início da gestão de Jorginho Mello, o sindicato apresentou para o Governo do Estado uma proposta para descompactação da tabela.

Sob a promessa de apresentar uma contraproposta, o Governo montou uma Mesa de Negociação, formada por representantes das secretarias da Administração, Finanças e Educação, e membros do Sinte/SC.

O prazo para que a Mesa encerrou no último dia 13 de junho e, até agora, o Governo de SC não apresentou uma contraproposta, tampouco aprovou a proposta feita pelo sindicato.

“A valorização se dá através da descompactação da tabela salarial e é fundamental para garantir que os trabalhadores da Educação se sintam reconhecidos e permaneçam atuando na rede pública estadual. Quando o governo do Estado propôs a criação de uma mesa de negociação, assumiu que existe um problema com a nossa tabela salarial. A categoria tinha uma grande expectativa, mas o prazo já se encerrou e ainda estamos sem nenhuma resposta”, comenta o coordenador do Sinte/SC, Evandro Accadrolli.

Ele ressalta que, ao admitir que o problema existe, e não apresentar ações efetivas para saná-lo, “o Governo está desrespeitando nossas trabalhadoras e trabalhadores, porque não leva em consideração a experiência e o conhecimento que o docente adquire em sala de aula, ao longo de toda a atuação profissional. Piso não é teto salarial, por isso exigimos a incorporação do piso ao plano de carreira”, completa Evandro.

A PESQUISA | O estudo abordou os planos de carreira e salários dos professores de educação básica das redes públicas de educação dos 26 estados e do Distrito Federal. Sem surpresa alguma, Santa Catarina apareceu em uma das piores posições do ranking.

Para saber mais, leia a pesquisa completa feita pelo Movimento Profissão Docente