Escrito por: Pricila Baade/CUT-SC
Comunidades quilombolas foram excluídas pelo governo de SC dos grupos prioritários de vacinação contra a covid-19
Representantes do coletivo de combate ao racismo da CUT-SC participaram na tarde dessa terça-feira (9) de um ato público reivindicando a inclusão de comunidades quilombolas no grupo prioritário para receber a vacina contra Covid-19. O protesto, organizado Conselho Estadual das Populações Afrodescendentes de SC (Cepa), aconteceu em frente à Secretaria Estadual de Saúde, em Florianópolis.
Com cartazes e faixas, o protesto chamou a atenção e o chefe de gabinete veio dialogar com os manifestantes. Uma audiência foi agendada para esta quinta-feira, 11 de fevereiro, às 15h, com o Secretário de Saúde de SC para conversar sobre a urgência de incluir os quilombolas na primeira fase de imunização do covid-19.
Marcos Aurélio dos Santos, diretor da CUT-SC e do SINTRAM-SJ e um dos coordenadores do coletivo de combate ao racismo da central, ressalta que vacinar os povos quilombolas é tão importante quanto a imunização dos povos indígenas “O Ministério da Saúde preconiza, através da lei 6040, que todos os povos da terra – sejam eles tradicionais, quilombolas ou indígenas – tem prioridades na vacinação. Em Santa Catarina, o governador Moisés – indo contra o restante do Brasil - retirou os quilombolas dos grupos prioritários”. Marcos alerta que devido a vulnerabilidade social e econômica que essas comunidades estão expostas é imprescindível que os quilombolas estejam entre os primeiros a serem vacinados.
Segundo o Cepa, SC tem hoje 21 comunidades quilombolas, totalizando 4,6 mil pessoas, mas eles não aparecem no planejamento estadual de imunização. Na primeira fase de aplicação das doses, que teve início esta semana, apenas trabalhadores da saúde da linha de frente do coronavírus, idosos que moram em instituições de longa permanência e indígenas são contemplados.