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Artigo: Piso Salarial de SC: defender conquistas em um cenário econômico favorável

O Secretário Geral da CUT-SC, Rogério Manoel Corrêa, fez um artigo analisando o cenário e a necessidade de unir o movimento sindical para conseguir um reajuste justo para os trabalhadores catarinenses

Publicado: 24 Fevereiro, 2025 - 14h04 | Última modificação: 24 Fevereiro, 2025 - 14h18

Escrito por: Rogério Manoel

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Após mais uma rodada de negociação sem chegar a um consenso entre trabalhadores e empresários do índice do reajuste do Piso Salarial Estadual, o Secretário Geral da CUT-SC, Rogério Manoel Corrêa, fez um artigo analisando o cenário e a necessidade de unir o movimento sindical para conseguir um reajuste justo para os trabalhadores catarinenses.

Leia o artigo completo:

Santa Catarina vive um momento ímpar em sua economia, com destaque nacional: baixo índice de desemprego, PIB acima da média nacional, indústria produzindo e exportando para todo o mundo, e um fluxo turístico intenso. Os empresários catarinenses celebram esse bom momento no cenário nacional e internacional.

No entanto, essa realidade não se reflete nas negociações do piso salarial estadual. Esse piso, com quatro faixas salariais, atinge diretamente os trabalhadores e trabalhadoras não organizados, ou seja, aqueles que não possuem representação sindical e não estão contemplados nas convenções coletivas de trabalho. O piso estadual é uma conquista importante do movimento sindical catarinense, negociada há quinze anos com os grandes empresários do estado.

A primeira negociação do piso estadual, realizada em 2010, apresentava uma diferença significativa em relação ao salário mínimo nacional, com um acréscimo de 15% em valores reais. Ao longo dos anos, essa diferença diminuiu consideravelmente.

Diante do atual cenário econômico catarinense, é inadmissível que o movimento sindical aceite um reajuste do piso estadual inferior ao índice do salário mínimo nacional, que foi de 7,51%. Além das justificativas já apresentadas, enfrentamos uma das cestas básicas, aluguéis e transportes coletivos mais caros do país. Este é o momento do movimento sindical catarinense exercer seu papel político e garantir a recomposição do poder de compra dos trabalhadores e trabalhadoras que recebem os menores salários do estado.

Portanto, temos a responsabilidade histórica de sermos protagonistas na defesa dos interesses coletivos da classe trabalhadora catarinense. Caso contrário, corremos o risco de, em breve, o nosso piso estadual se aproximar tanto do salário mínimo nacional que a negociação se tornará desnecessária, bastando aplicar o índice nacional. Esta é a hora de demonstrar a unidade e a força do movimento sindical catarinense.

 

Rogério Manoel Corrêa

Secretário Geral da CUT/SC