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Aproximadamente 225 trabalhadores da Kaefer/Globoaves serão demitidos

Assembleia será realizada dia 6 de abril na sede da empresa em Lindóia do Sul

Publicado: 06 Abril, 2017 - 14h32

Escrito por: Andrieli Trindade

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Com o objetivo de oferecer esclarecimentos ao Ministério Público do Trabalho em Joaçaba, sobre os trâmites de desligamento dos trabalhadores da empresa Kaefer/Globoaves de Lindóia do Sul, a procuradora do Ministério do Trabalho, Luíza Carvalho Rodrigues, convocou o presidente do Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias da Alimentação de Concórdia e Região - SINTRIAL, Jair Baller e representantes da empresa para uma audiência que foi realizada ontem, dia 4.

Como a empresa não tem previsão de retornar as atividades e não consegue mais pagar os salários dos trabalhadores parados como vem fazendo há quatro meses, amanhã (6), às 14h, na sede da empresa, o SINTRIAL está convocando os trabalhadores contatados pela empresa para uma assembleia que irá discutir a dispensa de aproximadamente 225 empregados.

O presidente do sindicato deixou claro que todos os procedimentos tomados em relação a empresa foram para proteger os direitos dos trabalhadores, buscando garantias de que eles teriam seus direitos rescisórios assegurados. “Nós sempre consultamos os trabalhadores e isso aconteceu desde às primeiras negociações onde foram discutidas as férias coletivas, a Layoff e o primeiro acordo coletivo de dispensa em massa. Tudo passou pela consulta e aprovação dos empregados”, afirma.

Várias foram as tentativas realizadas pela empresa para se manter no mercado, mas foi impactada ano passado pela alta do milho que é um dos principais produtos para a fabricação da alimentação dos animais que são abatidos no frigorífico. “Neste momento a empresa nos procurou e nós fizemos uma pesquisa sobre férias coletivas que foram aceitas pelos empregados. Depois a empresa recorreu ao Bolsa qualificação Profissional. Em agosto de 2016 a Kaefer/Globoaves entrou com pedido de recuperação judicial que ainda se encontra em andamento. Em novembro fizemos uma assembleia para tratar da dispensa coletiva de 82 trabalhadores, mas houve o desligamento efetivo de 42 pessoas e agora, sem conseguir se manter, faremos uma nova consulta aos trabalhadores”, lembra Baller.

A operação “Carne Fraca” da Polícia Federal, amplamente abordada pela mídia impactou mais uma vez as negociações da empresa atrapalhando negociações de venda da fábrica. A preocupação do SINTRIAL é que os direitos trabalhistas sejam preservados e deseja que a empresa consiga retomar suas atividades para absorver o número de desempregados que irá aumentar em toda a região. “Estamos enfrentando um momento delicado. São muitas famílias impactadas negativamente, não só na fábrica, mas em toda cadeia produtiva. Há o risco para a economia de toda uma cidade e desejamos que esta situação se normalize o mais breve possível e os empregos possam ser ofertados novamente”, afirma o presidente do SINTRIAL.

A empresa não irá fechar suas portas totalmente. Cerca de 40 trabalhadores permanecerão em atividade. Eles fazem parte da área administrativa, do recursos humanos e manutenção.