Antídio Lunelli de Jaraguá do Sul é o prefeito nota zero
Servidores em estado de greve, na luta pelo reajuste anual de salário
Publicado: 01 Junho, 2017 - 09h33
Escrito por: Informa Editora
O prefeito de Jaraguá do Sul, Antídio Lunelli do PMDB foi o único prefeito da microrregião a oferecer reajuste zero para os servidores públicos municipais. O gesto, por si só, já demonstra o desprezo com que o chefe do poder executivo jaraguaense trata o servidor e o serviço público. Lamentavelmente, o caráter autoritário é característica desta administração. Desde que assumiu o mandato, Antídio Lunelli ataca os direitos historicamente adquiridos pela categoria, inclusive reduzindo a remuneração dos servidores com a desculpa de que precisa recuperar as contas da Prefeitura. O Sindicato dos Servidores Municipais de Jaraguá do Sul e região - Sinsep já ingressou na Justiça para garantir pelo menos a reposição integral da inflação aos salários dos servidores.
Todas as demais negociações coletivas de trabalho dos servidores da microrregião, em 2017, estão concluídas e asseguram pelo menos a reposição integral da inflação aos salários. Em Guaramirim, com data-base em março, foram 4,69% de reajuste e aumento do auxílio alimentação, de R$ 400,00 para R$ 450,00 mensais. Em Schroeder (data-base em abril), o prefeito concedeu a reposição salarial de 4,57% e elevou o Piso Nacional do Magistério em 7,64%. Os servidores de Massaranduba, com data-base em abril, tiveram o mesmo reajuste salarial (4,57%) e aumento de R$ 2,00 por dia no auxílio refeição, que passou de R$ 13,00 para R$ 15,00. E em Corupá, o prefeito concedeu 5% de reajuste salarial, com 1,01% de ganho real diante de uma inflação de 3,99% (data-base em 1º de maio), além de 11,89% no auxílio alimentação, que passou de R$ 286,00 para R$ 320,00 mensais.
Conforme reportagem publicada no Jornal de Santa Catarina, os servidores de Brusque (0,5%), Pomerode (0,88%) e Timbó (0,78%) tiveram aumento real de salário, entre janeiro e maio deste ano (apenas Brusque parcelou o reajuste em duas vezes). Em Gaspar, Indaial e Itajaí os servidores asseguraram o repasse integral da inflação. Em Itajaí, o reajuste foi pela variação do IPCA (4,71%). Em todo o Vale do Itajaí, somente Blumenau ainda não fechou a negociação, mas a Prefeitura já propôs 3,99% de reajuste, o equivalente à inflação nos últimos 12 meses - a categoria decretou estado de greve porque o prefeito não cumpre o 1/3 legal da jornada de trabalho dos professores em hora-atividade e não aplica o aumento previsto na Lei do Piso Nacional do Magistério na tabela dos professores.
Em Jaraguá do Sul, a proposta é de reajuste zero, ainda. Uma atitude de desrespeito para com o trabalhador do serviço público. Pior: o prefeito Antídio Lunelli enviou à Câmara um pacote de medidas visando um extremo corte de custos para conter a queda na arrecadação. Segundo levantamento do Dieese/SC (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), existe margem considerável para reajustar o salário dos servidores sem infringir a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) que estabelece um limite “prudencial” de gasto com pessoal, de até 51,3% da Receita Corrente Líquida (RCL), frente aos 48,29% investidos hoje com a folha de pagamento dos servidores.
O cuidado com as contas públicas é fundamental e tem apoio do nosso Sindicato. Mas a decisão de não reajustar salários, tendo margem para isso, revela intransigência e falta de visão administrativa. O prefeito tenta jogar a população contra os servidores, alegando "privilégios" da categoria. O Sinsep propõe um amplo debate sobre o falado desequilíbrio nas contas do município, envolvendo Administração Municipal, Sindicato dos Servidores, Associações de Moradores, Câmara de Vereadores, Associações de classe, etc. É hora de dissecar as contas da Prefeitura, porque não tem sentido penalizar os servidores com arrocho salarial.