Escrito por: Matheus Lobo Pismel - Jornalista SINTRASEM
Escola Básica Municipal Donícia Maria da Costa
A rodovia Virgílio Várzea, paralela à SC-401, é a principal via de trânsito da comunidade do Saco Grande, cortando o bairro do início ao fim. É lá onde se encontra a Escola Básica Municipal Donícia Maria da Costa, onde estão matriculados mais de 500 estudantes de Ensino Fundamental. Com idades de 6 a 15 anos, eles têm de enfrentar, todos os dias, os perigos de um trânsito sem sinalização e com calçadas esburacadas para chegar à escola.
A faixa de pedestres está apagada, a lombada é muito baixa e a placa para redução de velocidade está escondida atrás de uma árvore. Assim, a área escolar não é respeitada e fica difícil atravessar a rua.
O estado das calçadas já é perigoso por si só, mas é alarmante quando elas são caminho para deficientes visuais. Ao lado da EBM Donícia, que também é uma Escola de Jovens e Adultos (EJA), está a Associação Catarinense para Integração de Cegos (ACIC) e na própria escola estudam jovens cegos ou com visão reduzida.
Em frente à ACIC está mais uma entidade com alta circulação de pessoas: o Conselho Conselho de Moradores do Saco Grande (Comosg), que atende mais de 200 estudantes da EBM Donícia no contra-turno, além de diversas outras atividades comunitárias.
A situação se agravou com o aumento de fluxo recentemente, quando os funcionários do Centro Administrativo do Estado passaram a sair pelo portão dos fundos, utilizando a rodovia em vez da SC-401.
As três entidades estão unidas para cobrar da Prefeitura uma solução. Há duas semanas, apenas uma manifestação da comunidade, o Instituto de Planejamento Urbano de Florianópolis (IPUF) foi até o local. Segundo o órgão da Prefeitura, a questão envolve o governo catarinense, por ser uma rodovia estadual. Independentemente disso, o fato é que são obras simples para uma situação insustentável para crianças, jovens, cegos e toda a comunidade do Saco Grande.
Além dos problemas do trânsito a escola exige da prefeitura o conserto do portão lateral e da calçada, que foram quebradas pela empreiteira que está construindo uma cobertura para a quadra de esporte. A ideia, iniciativa dos próprios pais e professores, é transferir a saída dos alunos para a rua lateral, evitando o movimento na rodovia. A mudança só não pode ser concretizada porque, no segundo dia em que começaram a implementá-la, o portão e o caminho foram destruídos pela empreiteira.