Escrito por: Sergio Homrich, com alterações de CUT-SC
Aumento real de salário impulsiona a economia: Esse foi o consenso na primeira rodada de negociação entre trabalhadores e patrões, visando ao reajuste do Piso Salarial Estadual em 20
“O aumento real do Piso Salarial Estadual pode dar continuidade a esse círculo virtuoso da economia verificado nos últimos 12 meses”, afirmou a supervisora técnica do Dieese/SC, Crystiane Peres, durante a primeira rodada de negociação para definição do reajuste em 2024, realizada na Fiesc, em Florianópolis, na tarde do dia 13. A constatação foi consenso entre as comissões de trabalhadores e patrões, embora com diferenças em alguns pontos de vista. Cristiane destacou o crescimento econômico significativo em 2023, resultado da política de valorização do Salário Mínimo pelo governo federal, da transferências de renda, do aumento da taxa de ocupação no mercado de trabalho e ainda por conta do mercado interno alavancado no consumo das famílias. A próxima rodada está agendada para as 13h30min do dia 25 de janeiro de 2024, no mesmo local.
A supervisora técnica lembrou da baixa qualidade dos postos de trabalho gerados no período – foram 94 mil novos empregos em Santa Catarina – devido à remuneração média praticada, entre 1,5 e 2 salários mínimos. “Metade dos postos de trabalho para mulheres estão na faixa de até R$ 2 mil por mês”, reforçou, citando que Santa Catarina tem a terceira cesta básica mais cara do país, conforme levantamento feito pelo Dieese, e que itens como transporte e moradia tiveram inflação mais alta, impactando na qualidade de vida das pessoas. Também presente na mesa de negociação, o economista e assessor de entidades sindicais de trabalhadores, Maurício Mulinari reforçou que “o aumento salarial impulsiona a economia” e que “há espaço para valorizar o Piso Estadual com ganho real”. Maurício ainda lembrou que o resultado das negociações de trabalho melhorou em 2023, em relação aos últimos quatro anos, e que o PIB deve crescer 3%, houve queda no nível de desemprego em 7,7% e que Santa Catarina teve praticamente o pleno emprego (3,5%) e há falta de mão-de-obra, devido aos baixos salários pagos pelas empresas.
O dirigente da CUT/SC, Rogério Corrêa, citou a imensa disparidade entre o salário mínimo necessário (R$ 6.528,93, segundo o Dieese) para a manutenção de uma família de quatro pessoas e o que é praticado efetivamente e reforçou que não se pode esquecer da importância do resultado da negociação "Em qualquer proposta que fizermos nesta mesa temos que lembrar quem são os impactados diretamente por essa negociação: os trabalhadores catarinenses. O que decidirmos aqui significa dinheiro para pagar a comida que chega na mesa de milhares de famílias".
O presidente da CTB, Mateus Graoske criticou a precarização do trabalho provocada pela reforma trabalhista de 2017 (Lei 13.467), com menos direitos e salários menores, para reafirmar que “somente melhor salário permite uma vida digna ao trabalhador”.
Para o diretor sindical do Dieese e coordenador da comissão de trabalhadores que negocia o reajuste do Piso Salarial Estadual todos os anos, Ivo Castanheira, a primeira rodada de negociação foi positiva: “Os patrões assumiram conosco novamente a responsabilidade da negociação das atualizações dos valores do Piso Salarial Estadual. São 14 anos que negociamos e a gente sempre chega a um determinado percentual que satisfaça as duas partes, esperamos que na próxima rodada, no dia 25 de janeiro, a gente chegue a um ponto comum”. Além do Dieese e das Centrais Sindicais (inclusive da NCST e UGT), estiveram na mesa de negociação representantes da Fecesc, Fetiesc, Fetiaesc, Feticom, Fetigesc, Feteesc, Fevasc, Sindicatos dos Trabalhadores em Entidades Sindicais e dos Vigilantes